sexta-feira
O que seria de nós sem a Agência Lusa ?
No rescaldo da remodelação governamental, surge um telex que nos acorda para a realidade. Chamo a atenção para o segundo parágrafo. É longo mas vale a pena ler.
" Plano Tecnológico: Sócrates apresenta 4 medidas numa semana
Lisboa, 30 Jun (Lusa) - O primeiro-ministro, José
Sócrates, apresentou quatro medidas do Plano Tecnológico
numa semana que ficou marcada pela divulgação do relatório
da Comissão Europeia que coloca Portugal no 11 da UE em
termos de sofisticação de Governo on-line.
Esta semana não poderia ter corrido melhor a José
Sócrates, não só pela concretização de quatro medidas
inseridas no plano de bandeira do Governo: cobertura total
de banda larga das centrais telefónicas da PT, o correio
electrónico virtual ViaCTT, o Netemprego e a Empresa On-
line, como pelos resultados do relatório de Bruxelas sobre
o Governo electrónico.
Segundo o relatório divulgado oficialmente quinta-
feira pela Comissão Europeia, Portugal é o quinto país da
União Europeia que mais progrediu em termos de sofisticação
de serviços públicos electrónicos nos últimos dois anos,
ocupando o 11 lugar.
O estudo anual sobre a utilização de serviços
públicos electrónicos na Europa, realizado pela Capgemini
para a Comissão Europeia, compreendeu o exame de 14.000
sítios de Internet nos 25 Estados-membros da UE mais
Noruega Islândia e Suíça.
No universo destes 28 países, Portugal obteve 83
por cento a nível de sofisticação e 60 por cento na
disponibilidade de serviços públicos na Internet.
A nível de sofisticação, Portugal ficou acima da
média europeia, que foi de 75 por cento.
Em termos de medidas do Plano Tecnológico, Sócrates
iniciou a semana com a ligação da última das 1.853 centrais
da PT à banda larga, considerando tratar-se de "um passo
muito importante para o crescimento e desenvolvimento
económico e tecnológico do país".
Na terça-feira foi a vez do lançamento de uma caixa
de correio electrónico para cada cidadão, empresa ou
instituição, através do serviço ViaCTT, um investimento de
2,5 milhões dos correios portugueses.
O primeiro-ministro, que presidiu ao lançamento,
sublinhou que com "projectos como este", ambiciosos e
inovadores, "que se constrói o Plano Tecnológico".
No final do dia, o ViaCTT tinha registado 2.000
adesões de cidadãos.
O Netemprego, portal de emprego na Internet, "mais
um dos projectos emblemáticos do Plano Tecnológico", como
classificou José Sócrates na quarta-feira, registou 2.235
registos no primeiro dia de funcionamento.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro inaugurou o
novo núcleo central do Tagus Park, em Oeiras, que permitirá
viabilizar naquele espaço a instalação de 58 microempresas
do sector tecnológico, num investimento de 3,6 milhões de
euros.
A semana termina com o lançamento do serviço
Empresa On-line, que permite a constituição de empresas na
Internet, com custos inferiores à via tradicional. "
A semana terminou com a demissão do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros mas, claro, correu bem a José Sócrates. Amanhã há Inglaterra-Portugal.
Uma desgraça nunca vem só...
Coerência...
O governo, que tanto defende a qualificação e o ensino, atirou o barro à parede e vai anotando os efeitos...
quinta-feira
A IVG* não se referenda
esta é lamentavelmente a única ideia interessante que encontro aqui e ali em blogs de jornalistas...
os outros, enquanto o futebol não aquece, entretêm-se com a transcendência do meta-bloguismo, com a oportunidade das greves do metro e com troca de galhardetes... ou assobiam para o ar... enquanto as mise-en-scène de Sócrates decoram os telejornais e enchem o olho ao povo... [ela, pelo menos, está sempre atenta!... é a nossa grande repórter!]
enfim, para quem teve um dia lixado, o blogger não é um grande consolo!
*Interrupção Voluntária da Gravidez
Roteiro tecnológico
Segunda-feira, foi a Banda Larga.
Terça, a ViaCTT.
Quarta, a NetEmprego.
Quinta, é o LEMe no Taguspark.
Sexta, logo se vê.
Depois do roteiro presidencial da ciência, o governo apresenta as suas novidades tecnológicas. Uma semana encenada a rigor. Uma iniciativa por dia, devidamente mediatizada. Estamos todos em Choque com tanto profissionalismo...
(Já sei a ementa de amanhã: empresas online)
quarta-feira
Não é de mais repetir...
«Não temos medo de ninguém. Se lerem a história de Portugal podem comprová-lo. Respeitamos toda a gente e só queremos ser respeitados. Não admitimos é que nos faltem ao respeito, que venham com mentiras sobre os jogadores ou o país».
Mobilização precisa-se para o referendo
Palhaçada
Forças de expressão
terça-feira
Dúvidas ViaCTT
(E não, não vou falar da encenação na Gare do Oriente que isso merecia detalhe de especialista. Mas digo-vos que ganhei uma malinha muito jeitosa, um cachecol vermelhão dos ctt, um bloco e uma caneta)
O blog dos editores
Os amigos, os filhos e os netos deles
Para mim é claro que a relação de parentesco não deve prejudicar ninguém mas também não deve beneficiar. Há situações em que até devia ser o próprio a querer manter um certo distanciamento de modo a evitar leituras como aquelas a que agora a família Sampaio se sujeita. Ninguém esperava que a filha do ex-PR tivesse dificuldade em arranjar emprego mas este caso acaba apenas por espelhar a nossa realidade. Por exemplo, nas empresas públicas desenvolvem-se, há anos, verdadeiras árvores genealógicas. Dizer mal de alguém a um colega é um risco porque pode-se estar sempre a atacar o pai, o filho, o irmão ou o cunhado do outro...A República Portuguesa, no que toca a lugares, tem muitos traços monárquicos. Não deixa, por isso, de ser irónico recordar Alberto Martins, no debate parlamentar sobre o Protocolo de Estado, na semana passada, justificando a recusa em integrar "a família real" : "O PS não concede privilégios de nascimento...só por se ser filho ou neto de quem quer que seja". Só se fôr no Protocolo de Estado...
ViaCTT
Vou ter de pedir explicações para não perder o comboio da inovação e da competitividade; estou em risco de tornar-me também uma info-excluída...
Só não percebo em que é que o folclore que o Governo faz à volta destas coisas beneficia o Engº José Sócrates... [Um dia destes não há mesmo notícias e nós, jornalistas, ainda convencemos o povo de que realmente está algo a acontecer.]
Mas querendo aprender, junto algumas dúvidas: "uma das vantagens do ViaCTT é a capacidade de agrupar várias facturas electrónicas, extractos bancários e outros documentos num único sítio."
Com as facturas vêm os folhetos promocionais que,agora devidamente selados pelo governo,não poderão ser SPAM...
Com os extracos bancários vem a debilidade dos dados pessoais... acessíveis sabe-se lá a quem.
Com os documentos que será suposto recebermos por via electrónica acaba-se o pressuposto do extravio - jamais o serviço reconhecerá que há extravios, crash informático, etc.
Pergunto então se não será "pôr a carroça à frente dos bois?"
advertência
segunda-feira
Maternidades
Para desenjoar da bola
Andaimes para quê?
500 anos para quê?
Uma semana depois de regressar de Macau onde estive a acompanhar o encontro da Associação das Universidades de Língua Portuguesa. Pergunto: O que é que nós lá andamos a fazer 500 anos? Porque é que ninguém fala português? Para quê insisitir em manter até 2050 toda os sinais em português e chinês se ninguém percebe a língua de Camões? Será um caso de colonialismo isolado em que os portugueses fizeram questão se manter à margem do resto da população.
Nos beatos se escondem os ratos
"Matou a Joaninha e foi a pé para Fátima a seguir"
A realidade ultrapassa demasiadas vezes a ficção...
"Joga Bonito" o tanas
Há meses em Berlim, na apresentação dos equipamentos da Nike, o Figo respondeu-me a uma questão relacionada sobre a importância de se jogar bonito. Defendeu convictamente o fairplay. Hoje, em pleno jogo do Mundial, deu uma cabeçada a um adversário... Haveria mesmo necessidade?
Estou feliz pela vitória, mas entristece-me profundamente que os ídolos de milhões de crianças e jovens deste mundo joguem como rufias da rua. Péssimo exemplo! Péssimo profissionalismo.
domingo
Ufff!!!...grandes brutos
- o sufoco acabou numa espécie de batalha campal. Segundo El País, Portugal passa com nove.
[Portugal 1- Holanda 0 - jogadores em campo: 16? 17?... ]
E agora, Mister Scolari...
Depois do Portugal-México, suponho, o seleccionador tinha dito que ia precisar ensinar a equipa portuguesa a jogar contra dez adversários... Pois agora, graças à leveza balética de Costinha - toca a ser mesmo bruto, duplo amarelo dá expulsão... - a vantagem da selecção nacional (1-0) frente à Holanda é realmente curta... ao intervalo.
(foto IOL)
Do dizer... ao fazer
Alguns jornais falam hoje dela em 'pequenas' reportagens. No Diário de Notícias vale a pena ler 'Lésbicas contornam a lei e inseminam-se em casa' e, no Público ,explica-se que o secretário-geral do PS francês, François Hollande, encabeçou a manifestação/desfile do Dia do Orgulho Gay em Paris.
[E ontem, onde esteve o nosso mui moderno secretário-geral do PS, José Sócrates?]
sábado
Pensa que tem problemas...
... e para os colocar em perspectiva, de forma eficaz, prepare-se para uma sessão de cinema realista.
SEM DESTINO (Fateless) está aí para lhe causar um ENORME incómodo. Primeira obra do realizador húngaro Lajos Koltai, baseado no livro do escritor Imre Kertész (editado pela Presença), é a história de um adolescente que vai parar aos campos de concentração nazis...
É escuro, é violento, é cru, é doloroso, é constrangedor. É um grande e belo... filme triste.
[Pode ser que o tornem obrigatório nas escolas secundárias e o aproveitem para explicar coisas básicas como história do século XX, cidadania, humanismo,... e os custos da tolerância]
As festas das escolas
Como toda a gente tem tantas opiniões a partilhar, quero só expressar agradecimento aos professores dos miúdos que conheço, pela trabalheira de os porem a fazer festas de final de ano, com teatro, dança e música - o que muitos pais esquecem serem as escolas públicas capazes de fazer. Escolas onde convivem miúdos de várias origens e extratos sociais e o onde a mensagem é o respeito pela diversidade! e o empenho comovente.
Por isso, fico-me pelo OBRIGADA! aos professores que estiveram, neste país, por estes dias, a fechar com animação e cultura mais um ano lectivo.
E, agora, por mim, sigam as polémicas!
sexta-feira
O embrião, outra vez
Sendo necessário legislar sobre uma questão complexa, é óbvio que o resultado não pode agradar a todos (e não agradou). Daí o papel da Igreja neste dossier que nele tem recuperado os princípios do não ao aborto. Já vimos este filme. Mas agora, científico. Que tal perguntar nesse referendo, que se lembraram de propôr, se a ciência deve ou não ajudar casais inférteis ? É também uma pergunta simples mas, reconheço, susceptível de alcançar um Sim. Já agora, a lei, que Jaime Gama enviou há dois dias para a Presidência da República, só permite o recurso à PMA a casais heterossexuais. Abençoada, dirão os iluminados defensores do referendo !
Demagogia ou ingenuidade
Começo pela última. Se é uma questão de consciência, a consciência não se referenda. Cada um age de acordo com a sua.
Quanto a não concordar com tudo o que um partido propõe - mesmo que seja o partido no qual se vota - é adorável que nunca tenham reparado que o que é normal é que qualquer semelhança entre o que é prometido em campanha e o que é feito durante o mandato seja pura coincidência. Os referendos diários resolveriam o problema??
A acusação de recorrer ao argumento salazarista da ignorância para ser contra o referendos, é tão demagógica (pois não acredito que seja ingénuo), que nem merece resposta. Falam de "campanhas esclarecedoras".... Pois. Alguns reformados da política talvez pudessem falar agora da sua experiência em "campanhas esclarecedoras".
Por fim, o exemplo, invocado por alguém que agora não me recordo, dos Estados Unidos é mesmo a cereja em cima do bolo. Metade dos americanos não votam. Não estão sequer recenseados. Pretender agora invocar o exemplo de democracia popular nos Estados Unidos é mesmo o último dos argumentos.
O sentido nobre da política
As diferentes políticas de educação
quinta-feira
Poder popular
Que sentido faz manter ligado à máquina um projecto de referendo a uma lei que envolve questões científicas da maior complexidade, e que a esmagadoríssima maioria das pessoas não tem qualquer qualificação para avaliar. Claro que a competência para tomar uma decisão consciente é coisa que pouco interessa aos 80 mil sigantários da iniciativa, que tão bem têm convivido aos longo dos séculos com o obscurantismo.
O seu grande argumento é, aliás, o número. O facto de serem 80 mil (são mais exactamente 77 mil, mas fiquem lá com os trocos) tem sido invocado em favor da discussão em plenário desta iniciativa. Caso contrário - argumentam - o Parlamento estaria a desrespeitar os cidadãos.
Esquecem-se os 80 mil que os deputados que já aprovaram a lei e agora se opõem ao avanço desta discussão representam, juntos, cerca de três milhões e meio de cidadãos. O argumento dos números perde força com a comparação.
Finalmente, é bom recordar aos 80 mil que os deputados foram eleitos exactamente para aprovar as leis em nome do povo. A menos que a direita agora reivindique o poder popular.
Superpais ?
Ontem, enquanto Portugal e México jogavam, este batman estava à porta da Assembleia da República. Não conheço a história de Paulo Quintela mas acredito nos pais divorciados que se queixam do pouco tempo que o tribunal lhes dá com os filhos. O folclore do fato atribuo-o ao desespero (outros manifestaram-se à civil...)
A divisão sexual dos papeis, neste caso, privilegia as mães. São elas que normalmente ficam com os filhos porque, simplesmente, são mães. Obviamente, não concordo com esta visão dominante. E muito menos com a escala minimalista a que o outro (o que não fica com a guarda do filho) tem direito.
É terrível atirar para os filhos o desentendimento dos pais. É terrível ter de esperar pela decisão do tribunal para ver definidos os tempos de visita. É isto o egoísmo parental. Esperar que um terceiro resolva racionalmente (?) o que os próprios não conseguem/querem. E o filho não é só de um. É dos dois. Com ou sem casamento. Com ou sem divórcio.
A cozinha no centro da política internacional
Não há paparazzi em Portugal
Pergunta: Os jornalistas portugueses são "uns queridos" ou são maus profissionais? Afinal a função destes jornalistas é descobrir destas coisas...
PS: Por falar em paparazzi (que faz lembrar jet set e tal...). Ontem, no aranque do Liboa Village Festival, lá andava o Paulo Portas, supé moreno em pleno estilo Caras. Por acaso o Santana, não o vi por lá.
Quando aplaudir
No fim ouvia-se uma palmita envergonhada. Só passados longos e desconfortáveis segundos/minutos é que lá brotou o (merecido!) aplauso.
A minha dúvida é: Não há umas pessoas mais próximas dos produtos (filmes, peças de teatro, etc.) que saiba exactamente quando aquilo acaba ou quando faz sentido começar a aplaudir, e dê o primeiro passo evitando estes momentos? Um namorado, um produtor, um amigo... Raios!
Para a gestão, está quieto; mas para o futebol os gestores já têm tempo
La creme de la creme da gestão nacional tem estado no Jornal de Negócios a dizer se o jogo Y terá resultado de 1 x ou 2, tipo totobola. Só prova o que eu já pensava: nalguns casos a falta de tempo é o argumento fácil para não responderem a questões simples, mas sobre as quais nunca pensaram antes. Depois têm medo que o "vizinho" do lado se saia melhor, e preferem ficar calados. Tanta insegurança reina neste país. Haja futebol, assunto em que todos demonstram ter elevada auto-estima.
quarta-feira
Ele anda por aí
Ai, que saudades..."Não dá para ser feliz..." (lembram-se ?!!!)
Portugal - México
Carmona, importa disto, s.f.f.
Em Aljezur, Carrapateira e por aí adiante não há ruazinha que não tenha umas casas de banho públicas (gratuitas e bem limpinhas). Em Lisboa temos de andar a consumir qualquer coisa à pressa nos cafés, ou pedirmos aos comerciantes para nos "emprestarem" os seus WC para fazermos um reles xi-xi de emergência. É constrangedor!
Ecologia ou puro avarismo?
Desmontei uma dessas caixinhas de alumínio e confirmei que era feita do aproveitamento de pacotes de leite. O que é louvável do ponto de vista da reciclagem.
Mas há tantas destas abandonadas naquelas praias que só posso concluir que os pescadores/fabricantes destas embalagens não as fazem pela necessidade ecológica de reciclar, mas por serem uns mãos-de-vaca, a poupar na matéria prima.
É pena! Mais ainda porque, supostamente, estas são pessoas mais ligadas à Natureza, e ao que esta tem para nos oferecer. E nós? Não lhe oferecemos nada?
O país dos mínimos
E os parquímetros exigem um mínimo de 32 minutos em moedas. Este é pois o país dos mínimos.
terça-feira
Floribela: esse fenómeno diabólico
A SIC fez um mini-especial sobre a Floribela, com filmagens no estúdio onde é gravada a telenovela... mais um bocado e tinham que mandar calar a jovem actriz (?) e cantora. Ficou tão feliz, tão feliz, tão feliz com o disco de platina que não tinha palavras para se expressar... mas depois não se calava. E lá disse que adorava um dia fazer um programa com crianças ou ligado à música (hum, hum) enfim... atirou para o ar assim umas quantas coisas. E disse aos meninos marotos que estão aí em casa que têm de trabalhar muito e que, a seu tempo, serão recompensados por isso; que vale a pena esperar. E disse também que esta telenovela é muito educativa. Desculpem o tom, mas não tenho pachorra para telenovelas e, mais uma vez, fico chocada com putos de quatro, de cinco, de seis anos a chorarem por ver a Floribela ao vivo... Por favor, pais, façam meninos, façam irmãozinhos para os meninos brincarem em vez de estarem agarrados à TV.
E o Eusébio ? (2)
Precisamente quando apresentava o projecto do CDS sobre protocolo de Estado. A descendência real já lá está. Quem sabe se Eusébio não virá mesmo a seguir...
E o Eusébio?
A cada projecto, o protocolo de Estado cresce. O diploma do PS restringia às figuras do Estado - e mesmo assim não todas - um lugar na hierarquia protocolar.
Depois veio o PSD e alargou a lista que passou a incluir representantes da Igreja Católica. Argumento: o país é católico, tem que se respeitar a tradição, blá, blá, blá.
Agora o CDS quer juntar a "família real". Deve ser por causa de uma tradição de 800 anos de monarquia.
Continuo, no entanto, a detectar algumas falhas. Por exemplo, os toureiros, esses símbolos da tradição portuguesa, não são contemplados no protocolo porquê? E os fadistas, cantores da alma portuguesa? Para não falar dos poetas. Somos um país de poetas. Ou os marinheiros. Também somos um país de marinheiros. E finalmente o Eusébio, o embaixador do futebol português não consta da hierarquia protocolar porquê? Porquê? E ninguém diz nada?
Um brinde a…
segunda-feira
O seu a seu dono
Parece familiar?
trabalhar. Produzia e era feliz.
O gerente, o leão, estranhou que a formiga trabalhasse sem supervisão.Se ela produzia tanto sem supervisão, melhor produziria se fosse supervisionada. E contratou uma barata, que tinha muita experiência como supervisora e fazia belíssimos relatórios.
A primeira preocupação da barata foi a de estabelecer um horário de trabalho para entrada e saída da formiga. De seguida, a barata precisou de uma secretária para a ajudar a preparar os relatórios e contratou uma aranha que além do mais, organizava os arquivos e controlava as ligações telefónicas.
O leão ficou encantado com os relatórios da barata e pediu também gráficos com índices de produção e análise de tendências, que eram mostrados em reuniões específicas para o efeito. Foi então que a barata comprou um computador e uma impressora laser e admitiu a mosca para gerir o departamento de informática.
A formiga, de produtiva e feliz, passou a lamentar-se com todo aquele universo de papéis e reuniões que lhe consumiam o tempo!
O leão concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área onde a formiga operária trabalhava. O cargo foi dado a uma cigarra, cuja primeira medida foi comprar uma carpete e uma cadeira ortopédica para o seu gabinete e substituir a iluminação por luz ambiente.
A nova gestora, a cigarra, precisou ainda de um computador portátil com placa 3,5G e de uma assistente (que trouxe consigo do seu anterior emprego) para ajudá-la na preparação de um plano estratégico de optimização do trabalho e no controlo do orçamento para a área onde trabalhava a formiga, que deixou de cantarolar e a cada dia que passava se mostrava mais enfadada.
Foi nessa altura que a cigarra convenceu o gerente, o leão, da necessidade de fazer um estudo climático do ambiente. Ao considerar as disponibilidades, o leão deu-se conta de que a Unidade em que a formiga trabalhava já não rendia como antes; e contratou a coruja, uma prestigiada consultora, muito famosa, para que fizesse um diagnóstico e sugerisse soluções.
A coruja permaneceu três meses nos escritórios e fez um extenso relatório, em vários volumes que concluía da seguinte forma: "Há muita gente nesta empresa".
Adivinhem quem o leão começou por despedir? A formiga, claro, porque "andava muito desmotivada e aborrecida e estava a criar mau ambiente de trabalho".
Porque ninguém fala como ela?
« Nessa resolução eu introduzi a referência ao assassinato de Gisberta.
Porque não desvalorizo as implicações de grave doença social que tal crime, ainda por cima cometido por crianças, demonstra.
Porque não concordo com quem sustenta que Portugal esteja numa categoria à parte, pretensamente menos grave, entre os países europeus onde se assiste a uma escalada de manifestações e organizações racistas, xenófobas e homofóbicas.
Porque não estou no PE para fingir que em Portugal não há problemas, como a reaccionária cultura machista que alimenta perversões homofóbicas, a ponto de induzir menores a matar com requintes de malvadez uma pessoa doente e muito fragilizada.(...) Porque, já lá dizia Burke no sec. XVIII, "Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada"» - Ana Gomes
A receita do sucesso não sei de quem
Ainda vou na página 55 mas já tenho a sensação de que as lições do guru que, há dias, arrasou Portugal não têm efeito por aqui. Por exemplo, Jack Welch defende a franqueza nas empresas: a realidade nacional ensina-nos exactamente o contrário. Com a idade, vai-se aprendendo a não dizer o que se pensa. Criticar só dá chatices. E prolonga reuniões perante o enfado daqueles que o não fazem (tenho uma amiga que costuma afirmar que há uns anos dizia, agora, aos 40, pensa e opta por não dizer...)
A regra da diferenciação 20-70-10 agrada-me mas se alguém souber onde é que está a ser aplicada, é favor aqui anunciar. As empresas já começam a dar notas aos seus trabalhadores mas, na maioria das vezes, os critérios ou são serpenteados ou o resultado da avaliação não tem consequências. Então, para que serve a avaliação ? Para criar instabilidade na redacção... Gostava sinceramente de saber se os gestores portugueses (nomeadamente de comunicação social), que conhecem a obra de Welch, pensam vencer com os seus critérios. Eu vou continuar a ler o livro. Ainda me faltam 200 páginas para "O emprego certo - descubra-o e nunca mais 'terá de ir trabalhar".
domingo
É verdade, sr. ministro da Saúde?
[Como é que as decisões do Ministério da Saúde, tão bem suportadas por estudos técnicos, etc e tal, não prevêem nada sobre a responsabilidade nos custos de trasladação em caso de falecimento da mãe ou bebé em Espanha?]
sábado
Nobel da paz a fazer guerra?
Acho mesmo que são os próprios Ramos Horta e Xanana Gusmão que armaram essas tropas fazendo-lhes acreditar que há uma causa étnica a defender. Assim espalham a desordem e conseguem eleições antecipadas.
E quem já é falado para novo primeiro ministro? Ramos Horta, pois então. Toma lá Alkatiri para não andares aí a negociar com chineses e cubanos. Em Timor negoceia-se com a Austrália e os EUA. E quem ousa sair da linha, sai de cena toda.
Xanana é esperto demais para andar tão apagado. Ele também deve ser dos "maus". Digo eu...
E o País vai virar um enorme...
"Somos marinheiros e poetas, mas infelizmente não somos estilistas. Por isso, se vir um adepto com um chapéu horrível e um traje borrado de vermelho-amarelo-verde, só pode ser um português. Se ele cantar como um gato a ser estrangulado, então, é mesmo um português."
Tradução muito livre da Tipografia do Adepto Português, por Rui Yink, no Die Zeit desta semana, citada aqui .
Galp, A provinciana
Por falar em direitos e mulheres
Ai os amores sáficos...
Elas vêm aí, na televisão pública, em canal aberto, a partir de segunda-feira, às 00h30.
Bem sei que as duas primeiras séries de episódios já passaram por cá na Fox Life... Mas, agora, The L Word para todos, na Dois?!
A série A letra L conta as histórias e os amores de mulheres lésbicas que vivem em Los Angeles, com um estilo de vida lesbico-chic. Há casais mais 'tradicionais' e pessoas que procuram a identidade. Não há grande reserva em cenas de amor, como não há nenhum comedimento em gente bonita.
[Aguardam-se pois as manifs da praxe junto à RTP (a menos que por ter mudado para longe não seja prático fazê-las). Ou, então, este país já não é o mesmo.]
Portugal-Irão
Num estádio iraniano, elas não teriam entrado. Muito menos assim vestidas. Se fosse para jogar, podiam fazê-lo completamente tapadas.
Em mais um dia de futebol, entremos na blogosfera do Irão pela mão delas.
Estas mulheres não discutem sobre bandeiras mas sobre a proibição de assistirem ao vivo a um jogo.
Segunda-feira passada manifestaram-se, em Teerão, em defesa dos seus direitos e o protesto acabou assim.
sexta-feira
Ler
Pico pico
Os ouriços são encantadores. É comum ver alguns à beira das estradas. Muitos morrem atropelados... mas há outros que acabam por conseguir sobreviver bem perto das cidades. Estes bichinhos são inofensivos e são capazes de percorrer quilómetros e quilómetros seguidos. Preferem a noite ao dia. Os mais fortes hibernam durante a estação fria. Convivi de perto com este a semana passada. Demos-lhe o nome de Pico Pico. Devia ser ainda pequenino... pelo menos a avaliar pela informação que consegui recolher na Internet. Acabou por não viver muito tempo... tenho a sensação que deve ter comido alguma coisa envenenada no mato que começa, agora, a ser transformado em jardim. Coitadinho... para onde irão todos os ouriços e outros bichos que ainda vivem em terrenos tão perto de nossas casas e que estão a ser todos transformados em habitação e jardins para 'inglês ver'?
Provem!
Férias de m...
PS: Esta M. sai do sul em breve, mas continuará a desfrutar do seu mês de férias a norte, e depois a sul outra vez. YES!
Serão loucos estes gauleses!?...
Não consegui saber se o prémio inclui mesmo ceder ao vencedor do jogo o cargo de ministro do Orçamento por um dia, ou apenas uma visita à sede do Ministério das Finanças. Mas lá que é uma grande ideia... é (claro que fosse para substituir o Scolari, haveria ainda mais candidatos...)
Mas se o ministro das Finanças arriscasse replicar a ideia por cá, aí é que era ver os comentadores económicos a darem palpites...
eles e elas
A proposta do filme passa por questões mais prosaicas, como "O que as mulheres realmente pensam dos homens? Do que falam quando eles não estão presentes?E os homens, do que falam?".
Não é um extraordinário filme mas, se bem me lembro, é imprescindível ver (nem que seja mais tarde...).
*[Foi realizado há vinte anos (!), já teve sequela com "As invasões bárbaras", de 2003, do mesmo realizador Denys Arcand].
Posso aplaudir ?
Finalmente, a vitória do discurso do mérito, pelo menos, no plano intencional. Há anos que não suporto esta discriminação positiva - dos Palop, da Madeira e dos Açores, da competição desportiva - que deixa de fora bons alunos só por não serem qualquer coisa.
News: on-line VS meio tradicional
Uma notícia deve ir prioritariamente para o on-line ou para o jornal em papel?
Os hábitos de consumo de jornais na GB (quase) nada têm a ver com os de Portugal, mas... as dúvidas surgem-me ao ler a notícia on-line do jornal Público, que começa assim:
"As estratégias dos diários britânicos "The Guardian" e "The Daily Telegraph" não podiam ser mais contraditórias. Num dia o "The Guardian" anuncia que vai passar a editar as principais notícias ao longo do dia em primeira mão na Internet, para, no dia seguinte, as desenvolver. Um dia depois o "The Daily Telegraph" afirma que vai atrasar a edição do jornal na net para incentivar os leitores a comprarem o jornal em papel."
A revisão do Estatuto do Jornalista está a causar algum incómodo nalgumas empresas de media, naturalmente por causa dos dinheirinhos...
Agora que já ninguém fala de nova economia, será que ela chegou mesmo e dita leis que ainda não conseguimos ver?
quinta-feira
A mim ninguém me cala...
-A explicação está no voto.
-Mas avisou o líder parlamentar ?
-O quê ?
-Se anunciou ao líder parlamentar o que ia fazer...
-Não tenho que lhe dar satisfações. Pergunte ao líder parlamentar."
A voz da democracia só se ouve quando quer. É óbvio que um deputado não tem satisfações a dar aos jornalistas. Nem aos eleitores. Nem a ninguém. Até se podia acabar com a bancada de imprensa na Assembleia da República. Chatos, pá ! Sempre a incomodarem...não têm espírito de cooperação, é o que é.
As respostas são de Manuel Alegre à saída da votação de vários projectos da oposição sobre co-incineração no Parlamento. Em todos, Alegre contrariou o sentido de voto do grupo parlamentar do PS. Quando este votava contra, o deputado ou votava a favor ou optava pela abstenção. Alegre não quis falar sobre isso. Mas parou e gravou com quem quis questioná-lo sobre a polémica da publicidade nas bandeiras.
PS Bem mandados, os jornalistas questionaram Alberto Martins que, pelo seu assessor, mandou dizer que "o deputado é livre e assume as suas responsabilidades"...
Hummmm…
Joalheiras
Pelo menos quem as utilizou parecia estar feliz da vida e não parou por um segundo. Há joalheiras cor-de-rosas, mas também azuis e verdes. Tons suaves, com risquinhas, num material óptimo e que não aquece por aí além (confesso que era esse o meu medo). Em tempo de Mundial, até a miudagem pode andar equipada! E que bem se mexem!
quarta-feira
Em dia de greve de professores...
(Foi ao ler o Público que reparei em tanta publicidade...)
A prova de que o governo fez os trabalhos de casa foi também a escolha do ministro dos assuntos parlamentares para responder, logo pela manhã, à greve dos professores. São Bento não deixou a Fenprof nas mãos da equipa da Educação e deu Augusto Santos Silva aos media. Politicamente relevante, ou não ?!
Dor
terça-feira
Repor-quê ?!
É óbvio que há repórteres e repórteres. Há os pés-de-microfone. Há os outros que agarram a notícia com o olhar. Mas as empresas, regra geral, não os distinguem. Nos jornais ainda há a figura do 'grande repórter' mas nas rádios e nas televisões, há carreira de repórter ? Não.
O Soares era tramado, pá !
Esta é a sala de reuniões do Palácio de Belém. Estão a ver ali um bocadinho da mesa, à esquerda ? Cavaco Silva explicou que é aqui que se reune com o Primeiro-Ministro, recebe personalidades estrangeiras e enfim, faz todas as reuniões que precisem de mesa. E explicou porquê:"Quando eu era Primeiro-Ministro, sentava-me ali [no sofá] e o Presidente da República ali [no outro sofá] e cada um tirava notas no bloco que tinha em cima dos joelhos. Não dáva jeito nenhum."
Está explicada a importância da mesa de pé de galo fotografada na primeira reunião PR-PM.
Visita guiada ao Palácio de Belém
Seis jovens da "Escola da Cidadania", um projecto da Câmara do Montijo para aproximar os mais novos das instituições democráticas, visitaram hoje o Palácio de Belém e tiveram o Presidente da República como guia. No final, Cavaco Silva perguntou:
"- Então, lá na vossa Assembleia como é que é a paridade ?" [A Assembleia junta estudantes das escolas do concelho]
"- Bem, há mais raparigas do que rapazes", responderam-lhe.
"- Pois, eu quando dava aulas também tinha mais alunas do que alunos, e elas eram melhores."
"- Mas na presidência da mesa os rapazes estão em maioria", reconheceu um dos rapazes.
Pois...Quem é que torce o pepino ?
Notas soltas(1)
Diogo Bandeira Freire, o menino do cravo, nunca votou na vida. O símbolo do 25 de Abril está-se nas tintas para a democracia. Borrifa-se na participação política. Quer lá saber dos direitos e deveres cívicos.
John Cleese, o humorista inglês membro dos Monthy Phyton, decidiu retirar-se. Vai, segundo anunciou, dar aulas de comédia. Sou fã dos Monthy Phyton enquanto grupo e dos seus membros individualmente. Tenho muita pena que Cleese saia de cena e não acredito que seja possível aprender a ter graça. Pelo menos a ter graça como Cleese e os seu pares sempre tiveram.
Notas soltas (2)
Cavaco Silva está preocupado com os agricultores que não vão receber subsídios agro-ambientais. É a segunda vez que fala no assunto, logo ele que nunca fala sobre assunto nenhum. É pena que tenha escolhido um tema que só interessa mesmo a meia dúzia de "so called" agricultores e aos concessionários onde compram os jipes.
O anunciado encerramento da Opel da Azambuja, por exemplo, é muito mais preocupante e diz respeito a muito mais gente... Embora também seja verdade que os próprios não páram de deitar gasolina na fogueira. Podiam pôr os olhos na Autoeuropa.
'África nome de mulher'
Pois bem, El País Semanal, de domingo, 11/6, traz uma reportagem sobre a ascensão das mulheres na Libéria e no Ruanda e o seu papel na reconcliação...
Ajuda a explicar algo que, na altura, não seria muito claro.
A propósito de 'libération' de Serge July
A crescente quebra de vendas determinou o acumular de prejuízos até ao insustentável. Emblemático de um certo tipo de jornalismo e memória da geração de Maio de 68, o Libé teve de ceder ao soro capitalista, numa injecção de capital que recebeu em Janeiro de E. Rothschild. Apesar disso, duvido que, mantendo o seu estatuto, o Libé sobreviva.
Lamento dizê-lo mas, na sua maioria, os meios de comunicação social são muito mal geridos.
Sim, sobretudo em Portugal.
Há proprietários que detêm media porque sim, dá status e poder de influência; há também os que têm a curtíssima visão do 'merceeiro', que apenas quer fazer dinheiro a todo o custo. Os primeiros cedem facilmente aos directores megalómanos, que fazem brilharetes sem olhar a gastos; os segundos, não fazem ideia da diferença entre fazer jornais e vender t-shirts de contrafacção na feira.
Aos gestores, sobretudo, mas também aos responsáveis operacionais de muitos meios, falta-lhes know how de gestão, falta saber sobre o tipo de negócio que são os media, falta conhecimento do mercado, dos públicos e das tendências.
Nada está imune à chamada globalização e aos seus efeitos mais perversos - concorrência feroz e nivelamento 'por baixo'. Mas enquanto os protagonistas deste business prosseguirem na mesma toada, 'quem se lixa é o mexilhão'. A 'capitulação' de Serge July é só um pequeno exemplo do risco que corremos.