blog onde mulheres da comunicação cosem outros retalhos das notícias, num tricô de peças avulsas ou bordando a polémica, do novelo até à manta
sábado
Por falar em direitos e mulheres
Como se já não bastasse a excisão clítoriana... Li hoje na Sábado que agora passam a ferro as mamas das jovens africanas, com uma pedra incandescente envolvida num pano. Para lhes resfriar os impulsos sexuais. No comments!
Há tempos ouvi uma conversa num autocarro em que uma portuguesesa, casada com um marroquino, explicava à vizinha que esses "são os costumes deles. É assim."
Porque não forçamos, por exemplo, os mulçumanos, a comerem carne de porco, fazendo-lhes ver que a crendice deles não tem sentido nenhum?
Se alguém propuser isto, será duramente criticado. No mínimo, é apelidado de etnocêntrico e totalitário.
Em vários pontos do mundo, o Ocidente tem, no plano político, imposto ou tentado impor o seu modelo. Os resultados são, invariavelmente, nefastos. Impor padrões culturais e hábitos de vida é ainda mais difícil. E será isso um acto de respeito pelos outros povos?
Se queremos impedir alguém de cumprir um rito ancestral, porque havemos de os deixar falar a l+ingua deles e usarem as roupas deles?
Caro(a) Máquina Zero... Eu explico-lhe, como se você fosse muito burro(a): eu sou contra qualquer tipo de excisão. Acho que aquilo que Deus nos deu é para lá estar. Levanto, apenas, outra questão: devemos impor padrões (de vida, culturais, religiosos, sociais, o que seja...) a quem os tem diferentes de nós? É essa a questão.
5 comentários:
Há tempos ouvi uma conversa num autocarro em que uma portuguesesa, casada com um marroquino, explicava à vizinha que esses "são os costumes deles. É assim."
Porque não forçamos, por exemplo, os mulçumanos, a comerem carne de porco, fazendo-lhes ver que a crendice deles não tem sentido nenhum?
Se alguém propuser isto, será duramente criticado. No mínimo, é apelidado de etnocêntrico e totalitário.
Em vários pontos do mundo, o Ocidente tem, no plano político, imposto ou tentado impor o seu modelo. Os resultados são, invariavelmente, nefastos. Impor padrões culturais e hábitos de vida é ainda mais difícil. E será isso um acto de respeito pelos outros povos?
Se queremos impedir alguém de cumprir um rito ancestral, porque havemos de os deixar falar a l+ingua deles e usarem as roupas deles?
Esse terreno é muito pantanoso, blogueira Marisa.
Caro(a) Máquina Zero...
Eu explico-lhe, como se você fosse muito burro(a): eu sou contra qualquer tipo de excisão. Acho que aquilo que Deus nos deu é para lá estar. Levanto, apenas, outra questão: devemos impor padrões (de vida, culturais, religiosos, sociais, o que seja...) a quem os tem diferentes de nós? É essa a questão.
RPS: Quando está em causa a dignidade do ser humano (por mais ocidental que seja essa concepção) SIM. Na Escola já falámos de etnocentrismo.
Caro RPS,
A questão é que há muitas mulheres que não querem praticar esses costumes e são obrigadas.
Na faculdade tive um colega que tinha irmãs sujeitas, contra vontade, a esses ritos.
O terreno é pantanoso, concordo. Mas quem não quer brincar deve ter liberdade para poder dizer "rebenta a bolha"! Em qq. parte do mundo.
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