A filha de Jorge Sampaio já tinha aparecido no parlamento, com dossiers na mão, integrando a equipa do governo, em plenários onde este estava presente. Soube-se hoje pela imprensa que saiu em Diário da República a sua contratação como assessora jurídica do gabinete do ministro da presidência Pedro Silva Pereira. Não se sabe se Vera Sampaio é boa ou má jurista, sabe-se, no entanto, que experiência tem pouca. Mas o governo lá sabe com o que quer contar. O cargo é de confiança política, logo as regras do jogo são conhecidas.
Para mim é claro que a relação de parentesco não deve prejudicar ninguém mas também não deve beneficiar. Há situações em que até devia ser o próprio a querer manter um certo distanciamento de modo a evitar leituras como aquelas a que agora a família Sampaio se sujeita. Ninguém esperava que a filha do ex-PR tivesse dificuldade em arranjar emprego mas este caso acaba apenas por espelhar a nossa realidade. Por exemplo, nas empresas públicas desenvolvem-se, há anos, verdadeiras árvores genealógicas. Dizer mal de alguém a um colega é um risco porque pode-se estar sempre a atacar o pai, o filho, o irmão ou o cunhado do outro...A República Portuguesa, no que toca a lugares, tem muitos traços monárquicos. Não deixa, por isso, de ser irónico recordar Alberto Martins, no debate parlamentar sobre o Protocolo de Estado, na semana passada, justificando a recusa em integrar "a família real" : "O PS não concede privilégios de nascimento...só por se ser filho ou neto de quem quer que seja". Só se fôr no Protocolo de Estado...
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2 comentários:
Su, a Vera Sampaio responde hoje no Público em carta de leitor. Acho que tem razão.papoila
O problema não é a Verita propriamente dita ... é mais a hipocrisia do papá que não há um ano andava por ai a incentivar os incautos a "arriscarem e criarem empresas e riqueza" e depois dentro de portas ...
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