sexta-feira
Eles falam, falam, falam
P.S. Estão a ver por que a política não motiva as mulheres ?!
Homens, mulheres, preto, branco
A opressão e discriminação das mulheres, pelo facto puro e simples de serem mulheres existe, continua a existir, mas tenho as maiores dúvidas de que hoje em dia, na sociedade em que vivemos, deva constituir o nosso principal motivo de preocupação.
As mulheres (e os homens) são discriminada(o)s, prejudicada(o)s nas suas vidas profissonais, tratada(o)s de forma injusta por motivos outros que, em minha opinião, são bem mais sérios. Eu - e por muito cerebrais que tentemos ser, as nossas posições relativamente ao mundo que os rodeia são sempre muito marcadas pela nossa própria experiência - já me senti discriminada por não ter nome de família, por não ter estatuto social, até por motivos religiosos - nunca me senti discriminada por ser mulher.
E mais: já vi, não raras vezes, esse motivo ser usado como uma boa desculpa.
Além disso, não vejo em que é que o mundo seria melhor se houvesse a tal paridade. Já fui chefiada por homens e por mulheres. Actualmente, tenho mesmo uma direcção formada por um homem e duas mulheres. Não noto nenhuma marca feminina na forma de dirigir, como também não conheço uma forma feminina de fazer política ou de dirigir empresas.
São precisas mais mulheres no topo das grandes empresas, na governação, na diplomacia....? Não sei. O que tenho a certeza é que todos devem ter exactamente as mesmas oportunidades e as mesmas opções, sejam pobres ou ricos, vivam na cidade ou no campo, sejam homens ou mulheres. Não acho que nada disso se consiga por decreto. Foi essa "miraculosa" solução legislativa que eu critiquei no início desta polémica.
O exemplo do Ruanda, era um dado insólito, talvez uma coincidência triste. Curiosamente, uma sociedade matriarcal...
PS: Quanto à forma como me sinto relativamente às ideias que tenho sobre as relações de poder entre homens e mulheres, sinto-me confortável sim. Até porque quando me relaciono com os outros (homens ou mulheres) não é para medir de forças, disputar, conquistar o que quer que seja. Não vivo numa corrida e, sobretudo, não estou preocupada em saber que é o primeiro(a) a cortar a meta.
Alfaces light
Eu juro que já tentei ler a Margarida Rebelo Pinto (MRP) mas não consegui passar da segunda página. Era tanto gaja-e-f.-e- gajo que me chateei. E até conheço um [gajo] que leu o primeiro livro dela e gostou mas pegou no segundo e achou que estava a ler o primeiro, mas isso não interessa...(Dentro do género, cheguei a comprar "As mulheres não choram" da Rita Ferro por gostar do título e acabei a chorar o meu dinheiro...) Vem isto a propósito da polémica de que a Dina falava lá em baixo. A providência cautelar só demonstra o respeito da intelectualidade livresca pela liberdade de expressão. E eu, se fosse a MRP, até ficava vaidosa por, ainda viva, já ter alguem a analisar a minha escrita ! Não interessa que falem mal, o que interessa é que falem...Vende mais
quinta-feira
Quotas, outra vez
1.O modelo de recrutamento nos partidos é patrocinato e não meritocrático. Os jogos de influência masculinos reproduzem-se de modo a que os homens não percam o poder.
2.São as mulheres com menos recursos que mais defendem as quotas
3.A preocupação dos partidos em recrutar mulheres é oportunista, serve para captar o voto feminino
4.Os partidos incluem as mulheres nas listas mas tendem a pô-las em lugares não elegíveis.
5.A taxa de sobrevivência das mulheres de uma legislatura para outra é menor do que a dos homens.
6.Há uma clivagem esquerda/direita: é nos partidos de direita que há mais mulheres filiadas mas é nos de esquerda que elas conseguem atingir o topo da hierarquia.
7.Há literatura internacional que diz que mais mulheres no parlamento não é sinónimo de uma agenda política feminina devido à disciplina de voto.
Mas pior que a política é a economia. Graça Frias e Ana Roque, da Nova, avaliaram 50 grandes empresas e concluiram que há 8,7% de mulheres nas direcções, e 4,7% nas administrações...
Carta à Dina
Tenho, porém, a impressão de que não viste o conteúdo do link.
1. afinal, a Suécia sempre tem mais mulheres parlamentares que o Ruanda, sendo que em nenhum dos dois países há paridade.
2. os países nórdicos sempre são onde há mais mulheres deputadas, seguindo-se as Américas, o resto da Europa, e só depois vem a Africa sub-sahariana.
(...)
Achas mesmo que o poder, num sentido amplo, ou a paridade política, se medem pelo número de eleitos para o parlamento??
Se releres o que escrevi neste e noutro blog nunca encontras peremptoriamente SOU PELAS QUOTAS, nem o inverso - o que revela um pressuposto de equívoco da tua parte em relação ao que defendo (isso daria, porventura, um outro post mais 'didático').
Antes de chegarmos ao eloquente exemplo do Ruanda (usado para ridicularizar, e daí ter respondido a brincar sobre o pobre país...) teríamos de debater muitíssimas outras realidades. Ora, o melhor, é documentarmo-nos bem, regra que aliás é suposto seguirmos no jornalismo.
Este debate é sério e muito nteressante, mas tem de ser ponderado e fundamentado.
Por mim, estou muitíssimo confortável com o que defendo quanto às relações de poder entre homens e mulheres. E tu poderás dizer o mesmo?
PS - Espero que tenhas tempo para ler o capítulo sobre feminismos de "O Poder da Identidade" de Manuel Castells, presumo que um cientista social respeitável...
[Ah! O' Estamos conversadas?' soou-me muito à Vitorino, um estilo muito masculino de político... E não havia necessidade.]
tragam as quotas tambem para o Governo
Má memória
Cuidado Isabel
Há links ao lado...
...com imagens destas, lindas!
sirvam-se e recomendem outros que achem interessantes.
Alcedo atthis. Le martin-pêcheur est facilement reconnaissable grâce à son plumage bleu vert, son ventre et ses joues de couleur orange. Il vit près des rivières et se cache aisément de ses proies car ses plumes se confondent avec l'eau. Photo © David Meïer
(in L'Internaute)
Viv'às maternidades!
Mais discreto, mas igualmente muito mobilizador é o caso da maternidade da Guarda, também ela uma espécie ameaçada. Infelizmente para a Guarda, Mendes não foi lá e Alegre não tomou boa nota da ameaça, mas a governadora civil - precisamente a pessoa nomeada pelo Governo para defender os seus interesses no distrito - não se poupou a esforços para defender a sua maternidade. Até pôs uma fralda à janela. E depois ainda gozam com o ex-ministro Gomes da Silva que se juntou a uma manifestação de agicultores contra a sua pessoa. Então e esta, ninguém diz nada? Ou será politicamente incorrecto defender o fecho de maternidades?
quarta-feira
"tragam as espalholas!"
Em regresso de viagem depois de assistir à apresentação do prémio Champalimaud de Ciência em Bruxelas tudo parece tão pequenino na política portuguesa. Anos depois do escândalo, Leonor Beleza parece ter recuperado e força e o que não falta é dinheiro e vontade para ajudar a ciência portuguesas. Sócrates agradece! Só o investimento da fundação vai duplicar a percentagem de investimento privado em ciência no PIB português. A meta de triplicar o investimento anunciada pelo Governo assim fica bem mais perto!
EX inventário
A propósito do Simplex das 333 medidas - é isso, não é? - resolvi fazer um inventário.
Primeiro pensei nos meus Ex, mas não conviria tornar isso público. Porque um blog, apesar de cool, sempre é público.
Assim, sem ir ao Carrefour de cartão na mão, fui à procura de outros ex.
Proponho um exercício de advinhação:
Qual a melhor utilidade que o nosso governo daria a cada um destes ....EX
[Já repararam que são todos cor-de-rosa?]
Contágio
A ciência e o Ruanda
PS: amanhã vai ser o grande dia para as defensoras das quotas (e elas estão por toda a parte, até neste blogue). Deixo um dado para reflexão: sabiam que o país onde a participação das mulheres na vida política tem maior expressão é o Ruanda? É isso mesmo. Qual Noruega, qual quê? O Ruanda.... Estamos conversadas?
De tanto olhar...
Já um cão não pode dar as suas voltas...
Vai ao Totta
Já tinha reparado no cartão-família do Carrefour mas não liguei até chegar à caixa e uma menina dizer "Ah, se tivesse o cartão, esses Golden Grahms tinham não sei quanto de desconto", e desfiou a quantidade de descontos que eu poderia ter ao escolher um listão de família. "Ora", pensei eu, "venha de lá esse cartão!" Pediu-me o nome, a morada, o contacto...e o numero de contribuinte. "Não dou !" Por que carga de água vou dar o meu numero de contribuinte ao Carrefour ? Nem é para me passarem facturas...A menina da caixa aceitou mas avisou que me iam telefonar. Ligaram-me à tarde e pronto, não há numero de contribuinte, não há desconto...
Desabafo masculino
Pois...entre 50 deputados, 5 eram mulheres. Entre 7 jornalistas, todas eram mulheres.
terça-feira
Palavra de coolhunting
Quem o diz é Mari Carmen Afán.
Ela tem um blog chamado coolhunting.
Que é o trabalho dela - pesquisar tendências futuras.
Tomem nota:
"Ter um blog é imprescindível para ser cool"
Descarada tentativa...
(post colocado de manhã, para evitar que a resposta seja: "boa noite e boa sorte!")
... e se servir para seduzir outra, à qual foi deixado um desafio, nos comentários, uns posts atrás, tanto melhor...
segunda-feira
Há dias assim...
Profissionais
Hoje, aliás, aconteceu uma coisa que me deixou de boca aberta. Então não é que em pleno caso do tráfico de armas, «o Governo» aparece com um plano precisamente para tentar acabar com as armas em mãos indevidas??? Um plano «muito bem planeado» e com um timing fantástico. Não querem lá ver que «o Governo» até a agenda do crime controla???? Não! Podia lá ser! Não podia, pois não....? Quer dizer....
Teatrices
Hoje é dia do teatro. Por que é que no dia da mulher se fala tanto se vale a pena que ele exista e nos outros dias não há discussões tão aguerridas?
Tinha muito mais piada se, por exemplo, no dia da água os produtores de vinho, enólogos e escansões de todo o mundo reivindicassem o dia da pinga. Ou se no dia de hoje, palhaços, actores e demais artistas saissem às ruas, quais franceses, lutando pelos seus respectivos dias. Haveria o dia do malabarista, do instalador (artista plástico que cria instalações pós-modernas), etc. etc.
Não façam misturas
Nota: Hoje tive duas péssimas experiências. Experimentar Sidra e experimentar Super Bock Tango (que por acaso tem uma embalagem de cor bem gira, muito millennnium).
A Primavera começa hoje, dia 27 de Março
Burocracias do demo
Esta coisa do Simplex 2006 que o Governo apresentou hoje... Isto traz algo de diabólico no bico. 333 medidas (metade de 666)... Simplex.... Codex... Hum...
domingo
Mais uma contra
As mulheres conseguiram nos ultimos anos, sem quotas, ir impondo a sua presença noutros espaços sociais (nesta escola, por ex !) Por que não na política ? Se a política portuguesa conseguisse demonstrar que a concretização do bem publico está à frente dos jogos/tácticas que a dominam, talvez as coisas pudessem mudar mais um bocadinho.
Este é o ponto
Pessoalmente, acho que faria toda a diferença.
Mas leiam o que diz ela (notícia do insuspeito dê éne...) . Ela é Barbara Bodine, também insuspeita de feminismo: "As mulheres não devem chegar à liderança por serem melhores, mas sim para representarem a metade da população que constituem".
Quereis falar de quotas...
[mas não puxem por este assunto: porque eu teria de voltar a falar do jornalismo, onde a maioria da mão-de-obra são mulheres e dos jornais que têm sub-,adjuntas, etc., para preencher quotas informais com que as mui competentes direcções masculinas 'aliviam' as consciências...]
sábado
Nem que a quota tussa
Começo por dizer que sou visceralmente contra as quotas. É verdade que no Parlamento (meio que conheço bem) sempre houve poucas deputadas. As que lá chegavam, porém, não deviam nada a ninguém. Sobretudo, não deviam nada ao facto de serem mulheres. Chegavam por mérito, porque se calhar abdicaram de muita coisa na sua vida pessoal, porque tiveram condições económicas, sociais, familiares que lhes permitiram mostrar que tinham mérito, porque escolheram. Em resumo: eram poucas mas boas.
As quotas - já em vigor no PS - vieram provar que é pior a emenda que o soneto. A actual bancada socialista tem muitas mulheres, um terço. E depois? Na esmagadora maioria dos casos só servem para preencher a quota e nem passa pela cabeça dos seus pares atribuir-lhes mais alguma tarefa.
Dizem-me vocês: então e os homens? São todos uns génios? Ok, está certo, mas é isso que queremos? Ou o que queremos é ter condições sociais e económicas que nos permitam, se for essa a nossa opção, entrar de pleno direito no palco político. Ou o que queremos é que a política, e a vida profissional em geral, funcione de forma racional, com horários racionais, que se trabalhe quando é para trabalhar em vez de se arrastar penosamente as tarefas?
E já agora, nunca passou pela cabeça dos "homens da quotas" que possivelmente, provavelmente, boa parte das mulheres não querem entrar para a política "nem que a quota tussa"?
Uma mãozinha
O novo Zé
sexta-feira
O charme discreto de Zapatero
Sócrates é uma pálida imagem do charme de Zapatero. Também queria um primeiro-ministro assim.
PS: Na Europa o conflito em França está a ser levado a sério. Parabéns aos nosso irmãos espanhóis pela trégua da ETA. Outra nota: vinte anos depois da integração, a rivalidade Portugal/Espanha parece ter-se desvanecido. Na inauguração da exposição senti que, afinal, somos todos ibéricos.
Uma nota final para os correspondentes dos jornais espanhóis em Portugal, que estavam na comitiva: são “cinco estrelas”, sem desprimor para a simpatia dos portugueses e dos funcionários da comitiva que nos acompanharam na visita...
“Ganda Noia”
Uma nota para a pontualidade de Ribeiro e Castro, que viajou em económica, quando Marques Mendes viajou em executivo. É tudo uma questão de classe....
O amor não acaba assim
Bem, mas parece que estou a pressupor que em todos os casamentos há amor.
Referendos à parte
Eterno... enquanto dura
E...Viva Las Vegas !
E por que não ? (Apesar de eu achar que o trabalhão que dá tratar das papeladas é um verdadeiro teste à vontade dos noivos de irem para a frente com o casamento) Mas convém explicar-me antes que a mestre me chame à secretaria...Para mim, o casamento nasce, naturalmente, de uma "relação de afectos" mas é um acto racional ( Se fosse só uma relação de afectos não era preciso casamento). Para o Estado é um contrato mas socialmente tem outro valor( Se não fosse assim não havia tanto problema com os casamentos homossexuais). Acho que as pessoas são livres de decidirem se se querem casar ou não, muitas vezes, poucas vezes, amanhã, daqui a um mês, elas é que sabem. Se querem pensar muito nisso, se não querem, elas é que sabem. Para mim é uma coisa reflectida. Mas se para outros não é, qual é o problema, deixem-nos casar ! Quanto ao divórcio, não é ele que destrói o casamento. Com ele pôe-se fim a um casamento já destruido.
P.S. Em Las Vegas, o papel fica pronto em 20 minutos. A capela, se quiserem, está aberta todo o dia e toda a noite, ao fim-de-semana !
Felizes num instante
[A propósito do post imediatamente anterior, sobre a proposta do BE quanto ao divórcio.]
Parece-me que construir uma empresa não é a mesma coisa que destruir um casamento – ainda que este possa ser apenas um contrato. O verbo faz toda a diferença. E se as agonias não se devem prolongar, qualquer ponto final deve ser bem reflectido – ainda que custe muito fazê-lo. (Há no destruir um quê de irreversível que me faz sempre pensar muito.)
O Bloco de Esquerda vê agora o casamento como uma “associação de afectos” (que expressão linda!), o que me leva a perguntar se, pelo menos daqui a uns tempos, poderemos pensar em casar todas, aqui na Escola...
E, já agora, por que não o “casamento na hora” ? Isso sim, parece-me muito giro! Já estou a ver, no emprego, o chefe dizer à estagiária - em vez de “posso oferecer-lhe um café” - qualquer coisa como “vamos ali casar e descasar em duas horas?”. (Sempre dá um ar respeitável)
Felizes para sempre
quinta-feira
Toque feminino?
quarta-feira
Era para quê....?
Leonardo
Ora se ninguém anda a fazer páginas na net para explicar que as carochinhas não podem casar com ratos. Ou que os porquinhos, mesmo em grupos de três, não constroiem casas, nem de palha nem de tijolo.... e por aí fora. Então porquê esta preocupação com o Código??? Será que quem tanto se preocupa em dar explicações tem algo a esconder?
Goooooolo
Fonte desautorizada
Quanto às informações que digam respeito à actividade do Presidente da República, o titular do único cargo unipessoal directamente eleito por sufrágio universal, a coisa é mais complicada. Os assessores foram "desaconselhados" a falar com os jornalistas. O Presidente propriamente dito, pelo menos a avaliar pelo seu ainda curto reinado, só fala à comunicação social estrangeira. Resta o chefe da Casa Civil "se for caso disso", diz o jornal.
O mais curisoso é que todas estas regras foram divulgadas por uma "fonte autorizada". Autorizada por quem e a fazer o quê, enfim, podemos ter uma ideia....
PS: No que toca às alergias do Prof. Dr. Presidente (uma maleita tão incómoda, sobretudo na Primavera) conheço um alergologista óptimo. Uma vacina feita à medida e daqui a cinco anos está curado
Às gargalhadas
Viva a Optocentro da Augusto Aguiar!
Sujam-se tanto como as outras, mas só ficam limpas com água. Fartei-me da situação e eles vão resolver o problema, sem pestanejar. Comprem na Optocentro. Tem acordos com os seguros e tal e o atendimento é maravilhoso!
"Queremos mandar, dominar e ter a bola"
Até quando ?
Àgua e desigualdade
Na revista EP[S], de 19/3/2006, há um exemplo de bom jornalismo - o que sendo subjectivo, é a ideia que eu tenho de muitos trabalhos que o El País publica.
"O milagre da água" antecipa o Dia Mundial da água que hoje passa e é uma reportagem sobre a Etiópia, "banhada pelo Nilo, onde 62% da população não tem acesso à água. Milhões de mulheres gastam cinco horas por dia para a ir buscar, ainda que seja insalubre e perigosa. A falta de infraestruturas condena à pobreza, à doença e à incultura muitas delas. (...) Parir no caminho não é o único perigo. As hienas estão por perto.(...) A distância da água agrava os problemas de desigualdade de género."
[vale a pena ler, antes que se perca o link]
Pedido de esclarecimento
terça-feira
Monopólio
Há petróleo no Beato
O Secretário de Estado da Indústria, Castro Guerra, recordou esta tarde esta epopeia para justificar esta nova aventura, agora ao largo do Algarve.
O social-democrata Mendes Bota bem tem protestado. "E as praias? E o turismo?"
Que descanse o antigo deputado-cantor. Por um lado, se até agora nem pinga do ouro negro, não parece provável que o panorama mude. Por outro, como diz uma amiga minha, venha de lá o petróleo, que nós mudamos as férias para as Caraíbas.
O tempo não perdoa
Foi para isso que o Ministro da Economia (e Inovação) foi esta tarde ao Parlamento. E os deputados, claro está, bombardearam-no com perguntas. Exaustivo, um deputado do PCP, Agostinho Lopes, presenteou Manuel Pinho com, nada mais nada menos, que 17 perguntas. 17, desde as tarifas da EDP ao petróleo no Algarve não faltava nada.
Pinho ouviu, tomou nota, e no fim fez a divisão: 14 respostas para ele, 3 para o Secretário de Estado. Só que o deputado já se estava a levantar. Não podia ficar mais tempo. Compromissos. O ministro prometeu ser breve. "10 minutos, não mais" - garantia Manuel Pinho. "fica tudo esclarecido".
O deputado não se deixou comover. Já tinha cumprido a sua missão: questionar o ministro. Agora tinha mais que fazer do que ouvir as respostas.
Ericeira
A propósito da Primavera
Estou a reler "O Rapaz de Bronze"* a propósito de um ser pequenino que habita cá em casa e gosta de ouvir a minha voz. Hoje entra a Primavera e é também o Dia Internacional da Poesia. Lembrei-me como estas duas coisas estão tão interligadas neste maravilhoso livro que fala de gladíolos, begónias, orquídeas e por aí fora. Na verdade, no tempo da inocência (que já lá vai) falaria apenas de flores... mas hoje é difícil ler cada parágrafo pensando somente nelas.
* Sophia de Mello Breyner Andresen
Ao Estado a que isto chegou
1.Num bloco de marcação de consultas do Hospital D. Estefânia há uma máquina de senhas. Mas os doentes não mexem. Há um diligente funcionário, sentado na sua secretária, a ler o jornal e a carregar no botão. É a sua função.
2.Os impressos para renovar a carta de condução estão esgotados na Loja do Cidadão dos Restauradores. É verdade. ESGOTADOS. A funcionária vai pedindo desculpa pelo microfone mas não diz se a polícia fará o mesmo se apanhar alguém com a carta caducada.
Mulher em choque tecnológico
Acabo de receber na minha mail box um mail vindo do governo, do coordenador do Plano Tecnológico... meu Deus! Apetece-me chorar! O amadorismo não podia ser maior!!!
A começar pelo endereço. O domínino é... netcabo. Até eu, reles cidadã comum, tenho um domínio pessoal.
Depois a forma como os (milhões e altamente poluidores) de logotipos foram (mal) digitalizados...
E a quantidade de texto?!
O descrédito total, qual spam.
Assim não dá para acreditar de todo neste país. E eu até estava a criar algumas esperanças...
A primeira papa
Digam lá se o nosso menino não está lindo ?! Ontem promulgou o seu primeiro diploma. Até agora as notícias da Presidência têm seguido este critério. Já se anunciou a sua primeira audiência, a sua primeira reunião com o PM, a sua primeira viagem ao estrangeiro. Confesso que o que me chocou mais foi a primeira entrada no Palácio de Belém: Cavaco, de mão dada com a neta, ao lado da mulher e dos filhos, do genro e da nora. Parecia que estavam a chegar à vivenda Mariani para passarem uma bela temporada. Se calhar foram todos eleitos e eu não percebi...
E isto é...
A mim, parece-me um protesto por causa de uma lei perfeitamente 'sacana'. Que manda que só depois dos 26 anos se possa ser cidadã/o de pleno direito...
Podes explicar isto, Madalena?
[Ainda bem que está a acontecer em França, porque se fosse cá, talvez fosse 'come e cala'...]
Obrigada Luisa
segunda-feira
Responsabilidade social
Como é possível uma empresa auto-intitular-se socialmente responsável quando os seus colaboradores trabalham 10-14 horas por dia e chegam ao fim do mês, invariavelmente, a contar tostões?
Pouco açúcar, sff…
Coincidências maternais
-Ah, deixaste cá o relógio.
-Apercebi-me disso só há cinco minutos mas não liguei - respondi-lhe
-Eu tambem só reparei nele há cinco minutos ! - exclamou a minha mãe
(Estas coincidências vão ameaçando a minha racionalidade)
domingo
Elogio ao pai
Por ser mais galinha do que eu. Por saber brincar mais do que eu. Por fazer sopas melhores do que eu. Por não dormir quando eles estão doentes. Por...Por...Por...
Na hora da birra eles insistem em chamar a mãe mas, daqui a uns anos, vão dar valor... Obrigada, PAI !
À terceira...
Aqueles que normalmente são identificados como seus opositores discordam. Garantem que a liderança de Ribeiro e Castro não está em causa. Nuno Melo, o presidente do Grupo Parlamentar, é, aliás, bem claro: "Um disparate!".
Castro vai em frente, tens aqui a tua gente!
Novas entradas
Em caso de incidente processual, contactar a helpdesk* . Dica final: dêem uso aos dicionários que temos nos links.
*(Não conheço mulheres a executar essas funções nas empresas. Será por isso que há tantos problemas informáticos, pelo menos onde trabalho?)
Meteorologias
PS: Há minutos enviei este mesmo post. Juro. Não chegou lá nada. Só o meu nome e a data. O plano tecnológico, pelo menos no que me diz respeito, ainda tem muitas falhas.
Globalization at a gunpoint
18 de Março. O Ateneu foi o palco da contestação. Passaram um documentário. Três anos depois da invasão tudo mudou para pior no Iraque. Se estivessem mais mulheres no poder talvez esta guerra nem tivesse começado. Lembro-me de um relatório do Banco Mundial que rezava assim: se estivessem mais mulheres em cargos de decisão no mundo havia mais crescimento económico, menos corrupção, menos fome e menos guerra.
sábado
Valham-nos os assessores
"(...) Não se confirmam as fontes, recorre-se com demasiada frequência a estagiários, não há preparação em relação aos temas que se pretende acompanhar (...)"
Antigamente é que era, hã....
E hoje a desgraça só não é maior porque entretanto inventaram os assessores, pessoas bem preparadas relativamente aos temas que acompanham, que dão sempre informações rigorosas e confirmadas e sobretudo não andam por aí a botar opiniões. Senão nem sei...
Um pai de brinde
- Bom, a ideia é um brinde extra para os filhos juntarem às suas prendas...
- Mas eles não têm o mesmo pai.
- Ah! Nesse caso...
- Nem a mesma mãe.
Debaixo do balcão saiu um número razoável de ofertas. Não vá haver mais pais e mães lá por casa....
Sem pudor, sem comentários...
«– O João Gabriel sempre vai para a embaixada de Portugal em Roma, como se noticiou?
– Sim, julgo que dentro de três meses. Tudo depende do tempo que demorar o processo de nomeação.
– Mas o porta-voz do MNE desmentiu a notícia?
– O porta-voz do MNE limitou-se a desmentir uma evidência. As notícias davam conta da minha nomeação como Conselheiro Cultural, quando, na verdade, a minha função será a de Conselheiro de Imprensa.
– Ao nosso jornal, Carneiro Jacinto desmentiu “qualquer nomeação”...
– Desconhecia. Tratou-se seguramente de um lapso. Durante dez anos, e vários governos, habituei-me a trabalhar, no MNE, com pessoas de palavra. Não tenho razões para deixar de pensar assim.
– Surgiram notícias de uma nomeação a pedido. Não teme que passe a ideia de um favor político?
– Favor?! Mas por que razão quem trabalha nestes lugares, Governo ou Presidência, uma vez acabada essa função, tem de ir trabalhar para a caixa de um hipermercado ou para a construção civil?! Se assim não for, ouve-se logo um ai Jesus que há um tacho! Infelizmente, algum jornalismo em Portugal ajudou a cimentar esta cultura. É um princípio tão errado quanto injusto. Uma coisa é não ter currículo ou competência para a função...»
Nem mais!... caixa num hiper? na construção civil?... Nem pensar!
E a alternativa, claro!, é a Embaixada de Roma.
P.S . - Onde devo apresentar o meu curriculo e fazer prova de competência?
Famous Grouse
Um homem entra no café e pede um Famous Grouse com Coca-Cola. Era manhã bem cedo. A empregada da caixa pergunta duas vezes: "O quê?". O homem repete baixinho. De seguida entrega o pedido ao balcão. A cena repete-se: "Um Famous Grouse com Coca-Cola". Por entre olhares de todos os empregados e de quase todos os clientes, o homem continuou junto ao balcão, de olhos postos no chão e escondido no seu fato cinzento.
Ele só queria um Famous Grouse...
Estes olhares reprovadores irritam-me.
Sim, obrigado???
Pequenas vitórias
Há uma semana inventou-se um nome e um lugar. Voltariam à escola - a mesma onde, durante anos e anos, foram colocadas para aprender os lavores com que louvariam os 'bons-partidos'. Coisas de antanho, certamente. Pelo caminho houve quem viesse voluntariamente coagida, ou à descoberta, ou já perto do vício, ou pela curiosidade, ou... porque não?!?
E aqui estamos. E mais virão ou não. Alinhavamos ideias e tricotamos textos. Depois marcaremos encontro para o verdadeiro 'corte e costura'. Um dia destes. Como raparigas prendadas.
sexta-feira
Entrei
Leituras
Comecei a ler esta noite. Não sei se por cuscuvilhice saloia ou interesse intelectual pelas memórias de uma época. Gosto da forma como escreve mas embirro com o espírito de tia-queque-rebelde com que vejo sempre a autora.
Mas para quem está na fase nocturna de "2 páginas e adormeço", consegui chegar à 38.Não é mau. Conheci o pai e estou agora a ser apresentada à mãe.
Ah, obrigada pelas flores !
O dilema de andar à toa
Como tudo nos parece importante, temos que fazer tudo.
Como, infelizmente, os outros nos vêem a fazer tudo, esperam que sejamos nós, de facto, a fazer tudo.
Fazer tudo acaba por nos ocupar de tal maneira que já não sobra tempo para pensar no que é realmente importante para nós.
-Anonymous
quinta-feira
Aquele livro...
"Na rua, o dia era o sol muito que inundava as paredes e o chão e o ceú, tornando, tudo, paredes, chão, ceú, num sol também. Caminhámos despreocupados e creio que sorrindo. Parecia ser um dia de coisas boas, como sempre parecem os sábados (...)
Penso: talvez haja uma luz dentro dos homens, talvez uma claridade, talvez os homens não sejam feitos de escuridão, talvez as certezas sejam uma aragem dentro dos homens e talvez os homens sejam as certezas que possuem".*
Não me canso deste homem.
*in Nenhum Olhar, José Luís Peixoto (2001)
Da Marisa, com lavor
ISTO É UM PANINHO QUENTE
Esta frase anterior era para ser isto é um "napron", mas não faço a mínima ideia de como se escreve o raio desta palavra. Ainda dei uma voltinha na net, mas - como agora a minha meta é a imperfeição - também não me esforçei como devia. Mas penso que já todos perceberam de que objecto falo.
Escrever uma palavra errada em caixa alta já me pareceu imperfeito demais. Por isso chamei a esta garrafinha "paninho quente". É de facto um paninho quente que vou pôr no peito do meu pai que faz 60 anos na próxima 2ª feira.
O que é que se dá a um homem de 60 anos que nunca lê, nunca ouve música e que só pensa em dizer mal dos fornecedores que não lhe pagam as facturas? E em comer, beber, fumar e achar que tudo vai sempre correr pelo pior?
Resolvi oferecer-lhe um frasco de litro cheio de "força e optimismo", sob a marca cesaralis®, de César, que é como se chama o meu pai. No rótulo de trás explica-se o que é o princípio activo de cesaralis® e como ele facilmente degenera em substâncias menos boas. Estas, por sua vez são facilmente elimináveis com este milagroso produto, a snifar a cada manhã. No rótulo estão ainda os contactos de emergência, a ficha técnica da fabricante e embaladora M&M Lda... e tudo o que o paciente precisa saber.
E vocês com isto?
Uma vez que este remédio não tem quaisquer contra-indicações nem riscos de sobredosagem, ofereço-vos desta forma um pouco de força e optimismo.
PS: Amanhã conto-vos esta coisa da minha meta ser a imperfeição.
Desabafo de uma mãe da linha
quarta-feira
Pasteis de belém
Não consigo é perceber a escolha de Marcelo...
Reuniões
“Para controlar um bocejo tem de abrir uma comporta em algum sítio. Mas se a boa educação prevalecer e não puder libertar esta pressão interna através do ar, pode seguir outra opção: canalize-a através do chão. (...) Claro que se estiver numa situação em que faz cerimónia, nenhum destes truques vai servir. Quando a conversa se torna aborrecida e sente que vai começar a abrir a boca, tudo o que pode fazer é rezar por uma oportunidade de mudar o peso do seu corpo da direita para a esquerda enquanto finge que está a ouvir. Se as coisas ficarem mesmo chatas, balance imperceptivelmente para a frente e para trás. Num aperto, lembre-se sempre que pode manter um estado interno de flutuação, empurrando suavemente o chão com diferentes partes dos pés. Mantenha uma forte ligação à terra e vai conseguir afastar a fadiga, o aborrecimento, a tensão e a vontade de mostrar os dentes em público”.
Acho que vou cair da cadeira...
* in a Arte de Não Fazer Nada – Formas Simples de Encontrar Tempo para Si Mesmo
Saudades
Estreia
Ultrapassados os numerus clausus, prometo dedicação e empenho.
Tricotarei muito...
Homens, onde encontrá-los?
É o que nos diz o senso comum, e o que atesta o britânico Royal Automobile Club. Nós, quando queremos um lugar para estacionar, usamos a nossa "visão periférica", como dizem os especialistas. Ou perguntamos a alguém, já que dominamos a arte de inquirir... Eles, não.
Vejam-se as consequências...
"Homens britânicos não admitem estar perdidos" - titula o Jornal de Notícias
Primeiro, perguntei-me se seriam só os britâncos... Depois, se seriam só os homens - embora conhecesse, à partida, a resposta.
Parece-me haver motivos de preocupação, do ponto de vista económico, se é que me entendem... É que, ao resistirem admitir estar perdidos, os britânicos desperdiçam em média seis milhões de horas por ano, no carro. E há as consequências do costume, comprovadas pelo citado Royal Automobile Club: "Os homens esperam até 20 minutos antes de se decidirem a perguntar o caminho, enquanto que as mulheres não esperam, em média, mais que 10 minutos. Os 10 minutos de diferença, segundo a sondagem, causam um aumento de tensão entre os casais".
promessa de caloira
Adubarei ess(t)e espaço com dedicação. Paninhos quentes e ervas daninhas, tudo há-de ter o seu lugar." - M.
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- Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa