quinta-feira

Quotas, outra vez

Algumas conclusões de um estudo sociológico apresentado no III congresso de ciência política por Conceição Pequito Teixeira do ISCSP:
1.O modelo de recrutamento nos partidos é patrocinato e não meritocrático. Os jogos de influência masculinos reproduzem-se de modo a que os homens não percam o poder.
2.São as mulheres com menos recursos que mais defendem as quotas
3.A preocupação dos partidos em recrutar mulheres é oportunista, serve para captar o voto feminino
4.Os partidos incluem as mulheres nas listas mas tendem a pô-las em lugares não elegíveis.
5.A taxa de sobrevivência das mulheres de uma legislatura para outra é menor do que a dos homens.
6.Há uma clivagem esquerda/direita: é nos partidos de direita que há mais mulheres filiadas mas é nos de esquerda que elas conseguem atingir o topo da hierarquia.
7.Há literatura internacional que diz que mais mulheres no parlamento não é sinónimo de uma agenda política feminina devido à disciplina de voto.
Mas pior que a política é a economia. Graça Frias e Ana Roque, da Nova, avaliaram 50 grandes empresas e concluiram que há 8,7% de mulheres nas direcções, e 4,7% nas administrações...

1 comentário:

escola de lavores disse...

Obrigada pela informação. Muito útil.O ponto 7 é muito oportuno.
Um estudo recente da Jason Ass. concluiu que no PSI-20, i.e. vinte empresas portuguesas mais 'importantes' da Bolsa (telecoms, bancos, media e afins) não há praticamente mulheres na administração (salvo erro havia uma). São essas mesmas empresas que fazem a esmagadora maioria do noticiário económico. Agora imaginem o poder do poder económico...