A greve é um "último recurso" nobre, como um ultimato que se lança quando, após várias concessões, se concede uma derradeira oportunidade a alguém a quem se quer bem. Percebi a nobreza da greve quando tinha uns 14-15 anos e li livros como As Vinhas da Ira, de Steinbeck, e Germinal, de Zola. Vivia intensamente a história daqueles personagens (com paralelo na vida real) cheios de vontade de trabalhar, mas que passavam fome porque alguém com poder material apenas queria lucrar em proveito pessoal. Hoje a História mantém-se confrangedoramente semelhante.
Saúdo os que hoje tiveram coragem de fazer greve. Mas apenas aos que, desses, no dia-a-dia, desempenhem os seus papéis com empenho e profisisonalismo. Saúdo, portanto, uma reduzida minoria, o que não é menos confrangedor.
Não saúdo quem descredibiliza a greve. Tenho pena que pessoas como Carvalho da Silva ataquem por atacar. Quando lutamos, é vital credibilizar a luta. Não podemos chamar mentiroso ao Governo, mas não ter nenhuma verdade para contrapôr, como aconteceu com as estatísticas da paralização de hoje.
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1 comentário:
"Elogio à greve" ou baiser du serpent ?
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