sexta-feira

Morto com declaração de interesses

Tenho assistido todas as manhãs aos debates sobre o aborto na SIC-Notícias e as semelhanças entre eles são espantosas: tanto do lado do sim, como do lado do não os argumentos são sempre os mesmos. As protagonistas são sempre mulheres, naquela perspectiva de que aborto é coisa de "gaja". O argumento religioso é cuidadosamente deixado de fora do rol dos defensores do não. Embora todos os que são contra a despenalização venham, até agora, de movimentos ligados à igreja, nunca, por nunca invocam as suas crenças para sustentar a sua opinião. Deve ser por uma questão de eficácia. Se calhar é por acharem que os temas religiosos "não estão a dar". Talvez do ponto de vista do marketing eleitoral não rendam. Sei lá! A verdade é que nem uma palavrinha mais pia para amostra. Tenho ouvido invocar argumentos científicos, sociológicos, antropológicos.... religiosos é que não. É que nem toda a gente é tão directa como o cónego Tarcísio Alves, pároco de castelo de Vide, que já avisou: morto que tenha votado sim, fica sem funeral religioso. O cónego só não explica como pretende tirar isso a limpo antes de enterrar o cadáver.

1 comentário:

rps disse...

"Tenho assistido todas as manhãs aos debates sobre o aborto na SIC-Notícias"

Chiça!