quinta-feira

Os dez esclarecimentos de Alberto João

A entrevista de Alberto João Jardim a Judite de Sousa, esta noite na RTP, por entre a salganhada de números e sorrisos, concluiu que:
1)a Madeira não vai tornar-se independente
2)ele consegue governar com menos dinheiro
3)o que não aceita é que lhe tenham mudado as regras de jogo a meio do dito (lei das Finanças Regionais)
4)ele aceita que haja uma auditoria às contas da Região Autónoma da Madeira, feita pelo Tribunal de Contas ou por uma entidade internacional
5)sim, a Madeira beneficia de menos tributação
6)sim, a Madeira tem uma Zona Franca... para "reter quadros"
7)ele também acha que os bancos, esses sim, são beneficiados com baixa tributação
8)os portugueses têm andado a ser enganados sobre a relação financeira entre o poder central e a região, por vários governos
9) assume que tem promessas eleitorais, gosta de as cumprir e agora cortaram-lhe os meios
10)ser impetuoso é uma das suas imagens de marca ("se for censurada, Judite de S. tem asilo na Madeira"sic)

[Não é politicamente correcto dize-lo, mas...
Jardim tem sido reeleito sucessivamente há décadas, nunca foi condenado por fraude eleitoral, a Madeira é um 'paraíso' para quem vai de fora, desenvolveu-se espectacularmente... Há os aspectos caricaturais com que nos brinda às vezes, mas se calhar ele é APENAS melhor gestor (ou mais esperto) do que os que têm passado por São Bento...]

5 comentários:

escola de lavores disse...

De todas as vezes que fui à Madeira regressei sempre com a mesma ideia em mente: aquilo não pára de crescer. E o mais engraçado é que, mesmo os que não simpatizam com ele, admitem que fez grandes maravilhas pela região. E continuam a votar...

Anónimo disse...

há ironia a rodos neste texto ou estamos tontos?!!? Então o sr., afinal. até é bonzinho e desenvolve a ilha?!?!?!???

Anónimo disse...

Goste-se ou não do estilo, a verdade é que ele defende a camisola que veste, sem se preocupar muito com o "politicamente correcto". Se a Madeira ganha com isso, há que seguir em frente.

susana disse...

Eu nem acredito no que estou a ler ! Também a melhor era que não aplicasse algum dinheiro na ilha...A ultima vez que lá estive foi durante a campanha eleitoral do "sr. Silva" e vi uma coisa que me impressionou pois já nem nas aldeias transmontanas se vê: crianças descalças na rua, a correrem para cima e para baixo, alegres, claro. Para Jardim devem ser felizes.
Não é preciso lembrar que a maior parte das pessoas que vive na Madeira tem alguma ligação à admnistração regional (por via laboral, própria ou familiar, por acesso a casas, equipamentos, etc.), pois não ?
Num pequeno reino, Alberto João Jardim faz de rei da democracia. Cuida da casa para o turismo e estrebucha quando o afrontam. Deixai-o estrebuchar. Dai-lhe a independência que, na hora do aperto, é sempre invocada. Depois quero ver como é que sobrevive sem os cubanos. Sem dinheiro, não há palhaço. Com dinheiro, um gestor é sempre bom.

escola de lavores disse...

susana: constatei apenas coisas que ele disse na entrevista(curiosamente nenhuma delas corresponde aos dois tópicos hoje falados na revista de imprensa - que destacou, nos telejornais que vi, o facto dele achar inconstitucional a LFR e o que disse dos Açores...!)
portanto, a gente escuta uma entrevista e cada um respiga o que acha mais interessante - eu prefiro ver as coisas mais positivas sempre que possível, o que é raro.
depois, miúdos desses que viste na Madeira, e a miséria toda que lhes é inerente, não vês naturalemnete em trás-os-montes mas noutros sítios de Portugal continental; um dia levo-te onde estão: nos bairros de lata e nos 'sociais', onde os há, sobretudo na periferia das grandes urbes ( nos acampamentos de ciganos, etc...)
finalmente, o Jardim não é um santo nem sequer eu disse que era um bom politico mas CONSTATO o que está feito, goste-se ou não, tenha-se as mesmas ou outras prioridades (eu referia outras, nalguns casos); mas acho muito bem que ele proteja os seus, até porque ideologicamente não deve ser muito adepto da solidariedade; aliás, o que Sócrates está a fazer com os Açores é justamente proteger um governo da sua cor - tão só! infelizmente para os açores, às suas caracteristicas geográficas que têm tanto de bom como de inconveniente, acresce o facto de nunca terem tido um AJJ.
pela minha parte não consigo explicar que em trinta anos ele tenha sido sempre reeleito e quase sempre (?) com maioria absoluta. será que compra os votos um a um? e a história repete-se? e o pessoal que lhe faz lá oposição está voluntariamente desterrado/prisioneiro e não se exila no continente(o único é o vicente jorge silva)?
claro que há muitas ligações de emprego ao Governo regional e a entidades próximas. nos açores é igual. nalgumas autarquias do continente idem... e daí?
sobre o estilo dele, as festas de carnaval, o chão de lagoa, porto santo em agosto, etc... é um... pandego? há tantos em todos os partidos...
(só uma última referência: também acreditava que com dinheiro um gestor é sempre bom; mas sinceramente muiotas vezes nem com dinheiro o conseguem...)bjs