Que maçada...

"Já chega ! ", sussurrava aos jornalistas a assessora de imprensa Ana Margarida Valada, ontem, decorridos 15 minutos do conselho de ministros. O briefing estava marcado para as 13h mas, como normalmente, apesar dos avisos de que "podia ser mais cedo", começou 45 minutos mais tarde. Na mesa Pedro Silva Pereira, ministro da presidência, e Mário Vieira de Carvalho, secretário de estado da cultura, apresentavam as conclusões. Seguiram-se as perguntas: duas sobre o plano das florestas aprovado na reunião ; sobre as falhas na prevenção reconhecidas pelo ministro António Costa; sobre os apoios às artes também aprovados na reunião; sobre a recusa do governo em responder ao PE sobre os vôos da CIA noticiada pelo DN; sobre o Fundo do Cinema aprovado na reunião; Nessa altura já a assessora de imprensa se movimentava na sala dando mostras de impaciência. Uma jornalista ainda insistiu na questão dos vôos da CIA. Terminada a resposta do ministro ouve-se um "Já chega...". Um chato ainda queria fazer uma pergunta mas acabou por mudar de ideias com as palavras da assessora. Não sei se estava a reagir a sinais do ministro mas, mesmo que estivesse, isto é ridículo. Se o governo não quer responder manda o comunicado para as redacções e assume que não quer ser incomodado. Ou então faz como no tempo de Marcello Caetano assim contado pela investigadora Ana Cabrera na revista "Jornalismo e Jornalistas":"Não era suposto os jornalistas fazerem perguntas Não podiam. Havia imensos contrangimentos. Só os do Diário de Notícias é que faziam perguntas e não eram espontâneas, alguém lhes dava um papel."