sexta-feira

Meninos ponham-se a pau!

Chegou-me hoje um e-mail que diz que as mulheres são quem mais utiliza a violência física nos namoros juvenis. Há de tudo: empurrões, murros, bofetadas e arremeso de objectos. Ciúme e falta de afectividade entre os casais parecem ser os motivos de tal agressividade. Isto é o que refere um estudo da Associação para o Planeamento Familiar. Ao ler isto lembrei-me que realmente as mulheres sempre puderam dar uma bofetada a um homem. Ou porque ele a tinha tentado beijar ou porque a apalpou ou porque a ofendeu. E este gesto sempre foi tido como algo “normal”. O mesmo não acontece quando se passa o inverso. Aí a coisa muda de figura. “Não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti”.

12 comentários:

Anónimo disse...

Pois é, mas a igualdade entre géneros continua a ser vista como uma situação em que as mulheres são supostas ser tratadas como criaturinhas delicadas, a ser protegidas de tudo e responsabilizadas por nada. Esta "igualdade" a mim cheira-me sempre a um machismo revisto para o século XXI: mudar apenas o necessário para que nada mude.

Anónimo disse...

É por sermos mais fortes, mais inteligentes e moralmente superiores; q escolhemos viver com a violência das mulheres como forma de melhor as levar à razão

miguel caldas

Anónimo disse...

Ou senão, faça-se o estafado mas sempre útil exercício de imaginar a notícia ao contrário: havia um estudo que demonstrava que os adolescentes (rapazes) tinham por hábito dar "empurrões, murros e bofetadas" às namoradas, e ainda atirar-lhes objectos. Não faltaria... Aposto que não teria que vir a um blog para ter conhecimento desse estudo.

escola de lavores disse...

ao anónimo Miguel Caldas:

O ponto e vírgula retira o sentido BRILHANTE à sua sentença.
Levar as mulheres "à razão" é exactamente o quê?
Bem haja, pois, se se dignar utilizar um pouco da sua 'força e inteligência' numa justificação 'moralmente superior'.

Anónimo disse...

Levar as mulheres à razão, é o esforço (meritório mas esgotante)de levar as primeiras a ver a segunda.
Obviamente que não se pretende impor nenhum programa ou ponto de vista às suas cabecinhas,não. Queremos ajuda-las a serem tudo o que podem ser.
E isto só é possível através de, um esforço constante e firme de desprogramação dos seus naturais comportamentos violentos, e da criação de estimulos positivos tendentes à sua integração num ambiente mais construtivo, positivo, civilizado, masculino.
Em resumo, Skinner explica.
Estou, obviamente, à disposição de V. Exas para todo e qualquer esclarecimento adicional, mas não queria deixar de dizer q a pontuação é muito mais que gramática, é um estado de espirito.

Miguel Caldas

Miguel Caldas

Eva Shanti disse...

Se fosse possível gostava de receber esse e-mail ou de pelo menos conhecer a sua fonte.

60% das vítimas que recorrem à APAV são alvo de crime por parte do cônjuge/companheiro e 88% são mulheres...

Bjs

Anónimo disse...

Presumo, Eva, que não se tratava aqui da mesma violência de que trata a APAV, em que estão em causa situações complexas de dependência, vitimização, violência grave e reiterada, etc. Essa suponho que afecta os homens mais na infância e na velhice.

Mas se calhar deviamos pensar também naquilo de que fala este estudo da APF: a (pequena? ligeira?)violência no namoro adolescente/juvenil. É muito, muito interessante que sejam aí sobretudo as raparigas a fazer recurso da violência física como "linguagem" para os problemas emocionais.
Isto significa que estes jovens já cresceram numa sociedade que questiona a violência masculina, mas não menciona a feminina (a tal que vitimiza sobretudo crianças e idosos)? Quer dizer que as raparigas estão mais familiarizadas com a violência como resposta emocional, ou, para pegar no comentário do Miguel, menos familiarizadas e portanto com menos controlo sobre ela? Ás raparigas é mais permitido o descontrolo a este respeito? E isto desfaz-se mais tarde, quando chegamos à idade adulta, ou pode ser o início de um processo de violência mais grave e complicado (independentemente de quem é o agredido ou o agressor numa fase mais tardia)?

Também gostaria de saber mais sobre o estudo em causa; e de poder cruzar isto com informação, por exemplo, acerca da "história de violência nas relações" das mulheres que chegam à APAV.

Enfim, "pano para mangas", como costuma dizer-se... Será que a Ana nos pode dar mais referências acerca do tal estudo?

escola de lavores disse...
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escola de lavores disse...

Os comments do anónimo Miguel Caldas revelam uma pré-histórica visão da realidade: insiste que os homens [curiosa generalização!]são mais fortes e moralmeente superiores (sic) mas não se explica. Quanto a Skinner, basta uma rápida visita à Wikipédia para ver a sanidade e superioridade do dito.
Em respeito pela (alegada menor) inteligência das mulheres a Escola reserva-se o direito de admissão - nínguém entra em nossa casa para, pura e simplesmente, nos insultar.
Não adianta pois insistir com o propósito da "integração (das mulheres) num ambiente mais construtivo, positivo, civilizado, masculino" (!!!).
Por mim, pode ir pregar a outra freguesia.

Anónimo disse...

Dizia eu ontem ao Miguel que me parecia que neste blog havia inteligência e sentido de humor suficientes para a ironia do post dele ser entendida.

I stand corrected.

(acho curioso que alguém que se identifica com nome completo seja tido por anónimo)

susana disse...

Desculpem, mas não é todos os dias que recebemos um anónimo com nome que cita Skinner...Qualquer dia estamos a discutir a liberdade positiva e negativa de Berlin o que, num blog só de mulheres (fracas, burras e moralmente inferiores) poderia parecer mal. No mínimo pretensioso...

Anónimo disse...

Na verdade, seria um magnífico tema de discussão... digo eu, claro.