sexta-feira
Quantos querem ?
Esta família feliz parece sorrir para Sócrates. Com 5 filhos há-de conseguir mais alguma coisinha, ao fim do mês. Não foi, certamente, a pensar no abono de família que a prole se foi multiplicando mas o governo socialista promete pensar nas famílias numerosas que, coitadas, têm que comprar aquelas vans modestas para conseguirem passear. Acho ridículo que só a partir do terceiro, o Estado pretenda dar um incentivo. E muito mais caricato, penalizar quem não tenha nenhum. Então com um filho, um casal não está a contribuir para o aumento da natalidade ? E com dois, também não ? E por que raio a opção (ou inevitabilidade) individual de não ter nenhum é castigada pelo Estado ? É, na minha opinião, um caso de engenharia sem argumentação social sustentável (apesar do próprio governo ainda não ter explicado muito bem. Parece estar a apanhar o debate...)
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7 comentários:
Na minha opinião, o Sr. Primeiro Ministro devia dar o exemplo - ele "só" tem dois filhos.
[A sério: concordo com o que argumentas]
Estamos então empatadas 2-2...
Se calhar foi Sócrates que pediu para ser só para mais de 2, de maneira a não ser acusado de estar a legislar em seu benefício...
A seguir, 'cheira-me' vêm os do costume sugerir que as mães de família são menos perfeitas se têm uma profissão e 'penalizam' a educação das crianças...
Que tristeza...!
O que eu acho mesmo errado é penalizar quem não tem filhos ou mesmo quem tenha apenas um... isso acaba por ser um direito de cada um: ter ou não ter filhos e em que quantidade e não se devia fazer essa análise. Não percebo porque não optam por outras medidas como aumentar o abono familiar por filho, por exemplo
Discordo, Ana. A ajudita do abono -por muito aumentada que fosse - não resolvia grande coisa. Para que a decisão de ter mais filhos não fosse condicionada, também, pelo factor económico, era preciso que tivessemos à partida garantido o acesso a uma saúde de qualidade e atempada; educação gratuita e boa; possibilidade de trabalhar a tempo parcial sem perda de direitos; horários flexíveis. Enfim, medidas que melhoram a vida de todos. Dos pais, das mães e dos filhos, muitos ou poucos.
De tão óbvia a resposta, nem entro pela forma desastrada como esta medida entra naquilo que é da esfera privada de cada um. Agora, num país onde existem 300 mil casais inférteis, esta decisão não pode ser vista de outra forma que não um insulto.
Como é que o governo pretende resolver esta questão? Penaliza aqueles que, querendo ter filhos, não os conseguem ter, ou, melhor, obriga-os a assinar uma declaração na segurança social a declararem que são inférteis? É em questões como estas que se percebe como decisões destas relevam de uma mentalidade socialmente fascista.
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