Já a tinha visto na televisão e hoje ouvi-a na rádio. Isabel B. conta que teve uma gravidez tranquila mas o filho, de 3 anos, não ouve, não anda, não come pela via normal, quase não vê. De uma asfixia perinatal resultou-lhe 95% de incapacidade. A obstetra não estava no momento do parto. Isto passou-se no Hospital de Mirandela, que agora deverá fechar.
Quantos casos como este terão de ouvir as mães de Barcelos, Elvas e Santo Tirso para preferirem hospitais seguros aos mal-amanhados perto de casa ? Eu, tal como já disse aqui, continuo a defender o encerramento da maternidade do meu concelho que, ao que parece, não está na lista do ministro da saúde. Porque, para mim, a segurança da mãe e do bebé é mais importante que o meu bairro.
Gostaria, no entanto, de ouvir as respostas de Correia de Campos a um requerimento do PCP: se o governo está a aplicar os mesmos critérios a todo o país e também às maternidades privadas.
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5 comentários:
Um deputado (do PSD) explicou hoje na RTP, de manhã, que os critérios não são perceptíveis: a maternidade de Barcelos não registou qualquer caso anómalo com mães ou bebés nos últimos dois anos; a comissão de investigação que durante quatro anos avaliou as várias situações nunca se deslocou a Barcelos; só num destes dias (ontem, na semana passada, não recordo) a mesma maternidade realizou dez partos!
Entendo que deve haver regras gerais, universais - e nem me importo que sejam prioritariamente de rentabilidade - que suportem decisões políticas; mas entendo também que cada caso é um caso: se algumas maternidades não são devidamente seguras, equipadas ou económicamente viáveis, outras haverá (neste pacote) que não faz sentido encerrar.E como neste blog já foi dito com conhecimento de causa, outras haverá fora desta lista (Cascais?) que deveriam estar fechadas. O autismo é particularmente desastroso numgoverno e não deve ser confundido com autoridade política para decidir.
Bom, uma coisa não consigo entender de todo: as populações que reclamam veementemente contra o encerramento das maternidades que não têm condições devem já ter percebido que essas tais maternidades não têm condições, que já houve ene partos que correram mal e nascituros que morreram ou ficaram deficentes ou serão simplesmente pessoas distraídas ou que nunca saíram das suas terras "para ir à cidade"?
Também não consigo perceber porque carga de água as pessoas privilegiam o conforto de percorrer menos quilómetros até chegar à maternidade em detrimento de uma maior segurança.
Até parece que a maternidade é um sítio onde têm que ir todos os dias e, se fica muito longe, perdem muito tempo. Um disparate da família da "universidade por distrito" e da "piscina por bairro".
engraçado mesmo é que é como na co-incineração: quem defende o encerramento das maternidades é sempre de sítios onde elas não encerram.
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