sábado

Eu fui, e não volto

Confesso: fui ao "Rock in Rio Lisboa por um mundo melhor".
'Gramei' os D'Zrt, escapuli-me do barulhão da Ivete, regressei para aquecer com os Jamiroquai até que, já depois da meia-noite, entrou finalmente em cena a nova rainha da Pop, Shakira!
Em abono da verdade, esta experiência do RiR Lisboa revelou:
- uma espécie de festival de 'tios e tias', mais uns quantos cidadãos portugas e uns quantos estrangeiros, mesmo ao lado do bairro popular da Bela Vista onde quase cada janela tem já uma bandeira portuguesa.
- uma monumental máquina de propaganda - que inclui o culto da personalidade do seu criador Roberto Medina, em televisão interna, mas também a omnipresença das marcas patrocinadoras a um nível nunca visto, e a proliferação do merchandising da marca RiR com bonés a 30 euros e t-shirts a 40 euros!
- impressionantes falhas logísticas inconcebíveis numa organização tão profissional, tão experiente e tão apoiada; mas ali apenas o que dá lucro é protegido - as bicas de água do parque estavam inoperacionais, com a excepção de uma na saída, de forma a que vendedores ambulantes de água do Luso pudessem fazer negócio; casas de banho, contaram-me, ficaram rapidamente num indescritível estado; o terreno do parque, quase'careca', soltava tanto pó que mais parecia nevoeiro; uma grande quantidade de lixo espalhado no chão, copos e garrafas de plástico, emporcalhava o recinto logo ao princípio da noite [este seria o único pecado não imputável à organização]
Nos intervalos das actuações do palco principal, pindéricas mensagens paternalistas 'por um mundo melhor' tentavam dar consistência ao projecto do marqueteiro-mor. O homem sabe tanto do negócio que até conseguiu bloquear as outras redes de telemóveis (TMN e OPTIMUS) dentro do recinto, pois só era possível telefonar com telemóveis servidos pela Vodafone.
Já agora, com tanta propaganda 'benemérita', não me lembro da organização do RiR Lisboa 2004 ter divulgado quanto facturou+quanto gastou+que percentagem vai para 'um mundo melhor' e exactamente quais as organizações/programas beneficia? Alguém se lembra?

Por isso, só me ocorre dizer: SHAME ON YOU seu Medina!

4 comentários:

escola de lavores disse...

Eu fui-me deixando progressivamente de festivais.Não gosto de rotinas e os cartazes são sempre meio dejavú.

E também porque deixei de ter paciência para as ditas má condições logísticas.

Agora... Casas de banho nogentas, pó sufocante e faltas de água são inconcebíveis mas premeditar a ausência de rede(s)móvel!!!??? Não estou em mim!! Digam-me que há algum mal entendido!

Isso merece um processo judicial. Estão a privar cidadãos de estarem contactatáveis para fins estritamente comercias!?

O Medina deve ter-se inspirado na revolta de São Paulo onde tiveram de bloquear as redes para acalmar a situação, mas era a segurança pública que estava em causa e nãu o contrato com uma operadora (Que também quer vender a imagem de socialmente responsável).

É nestes promenores que se vê a incoerência e a irresponsabilidade destas marcas.

Já me irritei!

escola de lavores disse...

Oops, há gralhas e uma palavra mal escrita no post acima. (nojenta é a forma correcta)

As minhas desculpas.

Anónimo disse...

Ora bem... se realmente este espectáculo existe "for a better world" gostaria de entender porque o "Embaixador da Consciência 2005" nomeado pela Amnistia Internacional não põe lá os pés?! (para quem não sabe estou a falar de Bono e restante equipa dos U2.
Não quero ser mauzinho mas parece-me que a frase deveria ter reticências: "For a bettter world... de alguns"!

Anónimo disse...

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