sexta-feira

Homens, mulheres, preto, branco

Seria tudo tão simples se homens e mulheres se pudessem definir através dos quadros publicados em revistas ou livros de cientistas sociais. A verdade, é que os seres humanos (homens e mulheres) são bastantes mais complexos do que o que se pode concluir mesmo depois de ler atentamente os ditos estudos.
A opressão e discriminação das mulheres, pelo facto puro e simples de serem mulheres existe, continua a existir, mas tenho as maiores dúvidas de que hoje em dia, na sociedade em que vivemos, deva constituir o nosso principal motivo de preocupação.
As mulheres (e os homens) são discriminada(o)s, prejudicada(o)s nas suas vidas profissonais, tratada(o)s de forma injusta por motivos outros que, em minha opinião, são bem mais sérios. Eu - e por muito cerebrais que tentemos ser, as nossas posições relativamente ao mundo que os rodeia são sempre muito marcadas pela nossa própria experiência - já me senti discriminada por não ter nome de família, por não ter estatuto social, até por motivos religiosos - nunca me senti discriminada por ser mulher.

E mais: já vi, não raras vezes, esse motivo ser usado como uma boa desculpa.

Além disso, não vejo em que é que o mundo seria melhor se houvesse a tal paridade. Já fui chefiada por homens e por mulheres. Actualmente, tenho mesmo uma direcção formada por um homem e duas mulheres. Não noto nenhuma marca feminina na forma de dirigir, como também não conheço uma forma feminina de fazer política ou de dirigir empresas.

São precisas mais mulheres no topo das grandes empresas, na governação, na diplomacia....? Não sei. O que tenho a certeza é que todos devem ter exactamente as mesmas oportunidades e as mesmas opções, sejam pobres ou ricos, vivam na cidade ou no campo, sejam homens ou mulheres. Não acho que nada disso se consiga por decreto. Foi essa "miraculosa" solução legislativa que eu critiquei no início desta polémica.

O exemplo do Ruanda, era um dado insólito, talvez uma coincidência triste. Curiosamente, uma sociedade matriarcal...

PS: Quanto à forma como me sinto relativamente às ideias que tenho sobre as relações de poder entre homens e mulheres, sinto-me confortável sim. Até porque quando me relaciono com os outros (homens ou mulheres) não é para medir de forças, disputar, conquistar o que quer que seja. Não vivo numa corrida e, sobretudo, não estou preocupada em saber que é o primeiro(a) a cortar a meta.

1 comentário:

susana disse...

Eu tambem continuo a achar que não é por decreto que a coisa se resolve. Os homens começaram a lavar a loiça e a dar banho aos filhos sem alterações à lei. Tambem ainda não notei que há um desempenho feminino/masculino em cargos de chefia. Há características pessoais, e mais nada. Insisto que, para mim, as quotas conduzem a um preenchimento administrativo das listas e não a uma maior participação activa das mulheres. Quanto à discriminação...não te lembras da minha hibernação compulsiva quando acabou a licença de parto ?