Quando Cavaco Silva faz declarações ao país, já só podem estar na sala onde o Presidente da Republica fala, os jornalistas que não vão entrar em directo. Assiste-se assim à situação caricata das entradas e dos rodapés serem produzidos pelos repórteres na entrada do Palácio de Belém onde a Presidência coloca um écran para que se possa ver o que se está a passar lá dentro. A moda pegou e agora até a tomada de posse de segunda-feira terá novas regras. De acordo com o programa para a comunicação social "na Sala dos Embaixadores, palco da cerimónia da Tomada de Posse, onde existem estrados para os operadores de câmara e outros repórteres de imagem e tomadas de áudio para TVs, (...) não serão permitidos “vivos” para TVs ou comentários para Rádios." Estes serão permitidos noutra Sala " onde serão projectadas as imagens e facultado o som da cerimónia."
É a primeira vez que isto acontece. Em 2005, lembro-me de ter relatado a tomada de posse do governo de José Sócrates na sala da cerimónia. É completamente diferente contar o que está a ver ou contar o que se vê pelos olhos dos outros. Então em rádio, há pormenores que podem marcar a diferença. Mas assim é mais limpinho para os actores. "Até é assim que se faz lá fora", dirão alguns. Qualquer dia, então, estaremos a importar o modelo espanhol e até a actividade eleitoral será editada pelos partidos. Não faltará certamente por cá quem já pense nisso...
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1 comentário:
Eu percebo, e partilho os teus lamentos. Até porque a rádio sempre fez esses directos desses locais e nunca houve problema. Ele só existe por causa dos abusos e faltas de respeito dos directos televisivos. Chegas a ter o reporter a falar mais alto que o protagonista. Na mesma sala. Quando o reporter e o editor entenderem que a noticia não é um sabonete rasca, ao qual basta o cheirinho, talvez os abusos acabem. Dos directos, e consequentemente, dos protagonistas.
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