O episódio que a Susana aqui relata é um bom exemplo da situação insustentável a que chegou o parlamento português. Ontem, foi lançado o livro, «o povo semi soberano», um estudo que revela, com dados concretos, aquilo que quase toda a gente sabia ou intuía: ir para o parlamento é encarado pelos políticos como um prémio ganho sabe-se lá porquê e o mandato serva apenas para preparar a etapa seguinte.
As pessoas não se sentem representadas e ainda bem, mal sinal seria que os cidadãos olhassem para o parlamento (e, por arrasto, para outras instituições) e se sentissem representados. O problema é que tanta irresponsabilidade está a abrir caminho a outras soluções, a outras ideias e a outros protagonistas. Está a levar cada vez mais pessoas à abstenção e ao alheamento.
Enquanto isso, os deputados discutem o uso da palavra autista. Já agora, podiam também deliberar sobre o uso da palavra cego, para não ofender os invisuais, ou surdo, para não ofender quem tem deficiências de audição. Pelo menos, enquanto estão distraídos com estes temas, não estão a aprovar leis de financiamento dos partidos e outras coisas do género.
1 comentário:
Foi muito interessante o debate da apresentação do livro a que te referes. Os dados são assustadores. E o pior, é que ninguém tem soluções para mudar a coisa...
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