domingo
Assim não vale
O padre Lino Maia, presidente da confederação nacional das instituições de solidariedade é, há muitos anos, o solidário-mor. Responsável pelas creches, atl's e jardins de infância mais baratinhos, criados para ajudar quem tem menos recursos, o padre lino não se conforma. É verdade que os preços baixos são possíveis porque os governos é que pagam a diferença. Ainda este ano, foram mais mil e cem milhões de euros do orçamento de estado para o padre lino ser solidário e bondoso. o padre achou pouco, mas agradeceu, como bom cristão.... Agora o que ele não suporta mesmo é que venha alguém oferecer o mesmo que ele, mas de borla. Aí é que o padre vai aos arames. Então anda ele a ser bondoso há tanto tempo, a cobrar poucochinho nas creches e infantários, e o estado agora atreve-se a oferecer tudo isso de borla? Assim, não há bondade que resista. Ainda por cima quando os pais mais pobres, esses ingratos, aceitam receber de borla algo que antes o padre lino lhes oferecia por um preço tão convidativo. Concorrência desleal, é o que é.
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3 comentários:
principal problema:
portugal importa 80% dos alimentos
Como é evidente, o problema não é o que vem mal caricaturado no post. O problema é que, ao longo de anos, de décadas mesmo, várias instituições sociais (particulares, sendo a maioria ligada à Igreja) têm assegurado vários serviços sociais: para crianças, idosos, deficientes, outros. E essas instituições foram sendo comparticipadas pelo Estado, como forma de ampliarem a sua cobertura social. Se, de repente, o Estado passa a prestar directamente esses serviços, amplia a sua rede estatal directa e a dota de condições que são desiguais relativamente a outras instituições que apoia ou apoiava, essa política governamental: 1º - pode levar ao encerramento de muitas instituições; 2º - conduz ao desemprego muitos que se lhes haviam dedicado e que trabalham nesse sector de economia social; 3º - pode deixar no desamparo muitos beneficiários dessas instituições, que podem deixar de ser apoiados por estas e não são recebidos integralmente nos serviços directos do Estado.
O importante é que as pessoas possam usufruir dos mesmos serviços sem terem que pagar directamente, uma vez que já os pagam indirectamente através dos impostos. Tudo o resto, são hipóteses (pode, pode, pode) que me parecem muito pouco relevantes quando comparadas com as grandes vantagens que o alargamento de um serviço estatal pode trazer para quem dele precisa.
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