Quase toda a gente gosta de flores. Eu também. Embora goste mais de árvores*. Paro a olhar para uma árvore. Encanto-me com um simples pinheiro manso. Adoro os embondeiros, aquelas árvores que O Principezinho arrancava todas as manhãs para que não destruíssem o seu pequeno planeta. Só vi embondeiros uma vez na vida. Em Angola. Ia de autocarro, atrás da comitiva de Cavaco Silva, então primeiro-ministro. De repente, no meio do pó e da miséria, lá estavam eles. Enormes, majestosos, lindos. Fiquei sem fala e sem rolo na máquina.
Há alguns anos, no Brasil, estive de férias numa pequena vila, já rendida quanto baste ao turismo, que tinha uma lei curiosa: proibido cortar árvores. As casas, os restaurantes, as lojas rodeavam os troncos, encolhiam-se debaixo das copas, desviavam-se por força dos ramos. São leis como esta que marcam a diferença entre a civilização e a barbárie.
*Sou cliente habitual das Farpas. Não é que precisem de publicidade, mas aqui fica a referência para quem ainda não se cruzou com elas.
1 comentário:
Também foi em Angola que me espantei com embondeiros. Ia na comitiva com o Mota Amaral era ele PAR. Fiquei absolutamente extasiada. É também a minha árvore. Há uma no Estoril, antes de se virar para o Monte, à entrada da praia do Tamariz que acho que é um cedro, mas muito peculiar. A árvore parece uma ave. Fico sempre ali parada, a olhar. Ainda vou plantar no meu paraíso que está quase pronto uma acácia vermelha do Tarrafal. Trouxe sementes de lá. Bem sei que é espécie invasiva, mas é linda. Quando tomamos o nosso chá?
papoila
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