A uma semana de eleições, o governo holandês diz que quer proibir o uso da burka. A proposta é da ministra da imigração invocando razões de segurança e de ordem pública.
Rita Verdonk está a abrir (ou a continuar) uma guerra ( se é que os extremistas precisam de pretextos para o combate) que não se sabe como vai acabar. A comunidade muçulmana na Holanda diz que só meia centena de mulheres anda escondida na rua. Os numeros são deles. Os termos, naturalmente, são meus.
É por essa visão que esta proposta me inquieta. Sou totalmente contra a burka, sinal de humilhação das mulheres no espaço público, destapando a sua inferioridade. Se apenas a proibição pode tentar acabar com esta imagem cultural da mulher, então proíba-se ! Mas neste caso parece tratar-se mais de uma bandeira eleitoralista no campo da imigração do que uma matéria de direitos humanos e de género. É pena.
5 comentários:
Ninguém por muito 'open minded' que seja pode ser a favor da IMPOSIÇÃO da burka. Não conheço este caso em detalhe, só o que diz o post.Do meu ponto de vista é semelhante ao que houve em França com a proibição do véu nas escolas públicas. Sou totalmente a favor: 'em Roma, sê romano' é a regra; numa sociedade laica, este tipo de condicionamentos não faz sentido e só serve para sublinhar uma diferença que cria clivagens.
E vocês não acreditam que há mulheres que se sentem verdadeiramente despidas sem elas?
Esqueçam a questão da imposição e do medo... desconfio que muitas delas a continuariam a usar... pelo menos foi essa a conclusão a que cheguei depois de ver um documentário na 2 há uns meses..
Em França, a polémica proibição do véu teve a grande vantagem de reduzir drasticamente os conflitos dentro das escolas.
Um paí como a Holanda cada vez me assusta mais. E não é por causa daquela entrada do defesa holandês sobre o Cristinao Ronaldo no mundial de futebol. Mas um país que convive alegremente com os charros, de todos os tamanhos e feitios e coloca mulheres, arrebanhadas à força no leste da Europa, à venda semi-nuas nas montras do Red Light District, ao mesmo tempo que proibe a burka, assassina líderes políticos e maltrata emigrantes com a conivência do Estado central, começa a ser um caso preocupante de falta de rumo. E da deriva à insanidade vai um passo muito curto.
Discordo totalmente da sua opinião, Susana. Assim como discordo dos comentários do sérgio, da luísa e da ana. A burqa é totalmente uma questão de direitos humanos, não uma questão religiosa ou de costumes. Isto não tem nada a ver com imigração, mas com uma sociedade liberal a defender os seus valores mais elevados, nomeadamente os da liberdade individual. Na Holanda, a liberdade vale mais que uma missa. E acho que todos os europeus deviam apoiar iniciativas do género. Também considero o caso bem diferente da proibição francesa do véu muçulmano em escolas públicas. Ali, estão em causa os valores republicanos e a preservação do laicismo do Estado.
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