Lamento mas cobrir a audição do sindicato de jornalistas na comissão parlamentar de assuntos constitucionais não é a mesma coisa que fazer uma reportagem sobre violência doméstica. Há acontecimentos diários que reproduzem a mesma lógica informativa, diferentes de um trabalho que pede outras técnicas, outra imaginação, outro tipo de saber. Relatar a audição parlamentar não é apertar parafusos mas é um trabalho intelectualmente mecânico para quem o faz diariamente. E paga por uma empresa para isso, logo, a questão dos direitos de autor aqui não se coloca. Eu tenho um contrato com uma empresa para a função de jornalista, desempenho-a e ela paga-me. Se essa empresa tem várias antenas (veja-se o caso da RDP que, há anos, tem a Antena 1, Antena 2, Antena 3, Internacional, África) a antena que quiser passa o meu trabalho porque o meu contrato é com a Empresa-mãe e não com a Antena 2 ou com a África. Não me choca. A Antena 1 até pode não querer um trabalho que me encomendou numa tarde mas a Antena 3 pode estar interessada em receber. Isto é assim há anos e não vi ninguém preocupado.
Sobre a alteração dos textos: Não é isso que JORNALISTAS chegam a fazer, quase diariamente, a outros JORNALISTAS ? Convém lembrar que os superiores hierárquicos são jornalistas. São eles que, por questão de gosto ou espaço, mudam a prosa (na imprensa) ou limitam-se a não passar a peça (na rádio). São jornalistas-camaradas-companheiros que o fazem e não o malvado patronato ou o fascista legislador... É como o trabalho dos estagiários: quem é que lhes define a agenda ? Não são superiores hierárquicos jornalistas?
PS. Voltarei mais tarde ao artigo 11 sobre a revelação das fontes, esse preocupante.
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