A propósito de uma pergunta insistente do Bloguítica, Pacheco Pereira no Abrupto escreve sobre o contínuo comunicacional existente entre os jornais e os blogs. Sublinho duas ideias: "Se não fosse o infantilismo competitivo de muita imprensa escrita, que não quer parecer ir atrás dos blogues, já a mesma pergunta teria sido feita aos responsáveis pelas promessas governamentais numa vontade de esclarecer e informar que é suposto ser a essência do seu papel em democracia, venha a pergunta de onde vier (...) Está na altura de acabar com pruridos territoriais e perceber que hoje há, queira-se ou não, um contínuo comunicacional com os blogues e uma pergunta certa e justa na blogosfera é também uma pergunta certa e justa na atmosfera e não se pode passar ao lado." Lembrei-me de uma pergunta que o autor do texto lançou, há meses, no seu blog ao Procurador-Geral da República, respondida dias depois por Souto Moura no Expresso. Só que me lembrei também do dia dessa resposta. Foi num sábado, segundo dia do congresso do PSD na Póvoa de Varzim onde, inesperadamente apareceu Pacheco Pereira, logo assediado pelos jornalistas que, sem surpresas, iam recebendo negas. Sobre o PSD mas também sobre a resposta do PGR à sua pergunta lançada na blogosfera que fazia manchete no Expresso.
Num contínuo comunicacional é positivo que todas as partes se relacionem, certo ? Ou os autores dos blogues têm um prurido territorial que os impede de aparecer à frente de um microfone ? No caso referido, Pacheco Pereira tanto tinha para dizer que o disse, depois, no seu Abrupto...A atmosfera teria certamente ficado mais rica com as palavras de quem desencadeou a declaração do PGR.
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3 comentários:
Podemos portanto concluir que concorda que existe, ou que pode existir, ou que deve existir, um contínuo entre jornais e blogues e que o mesmo deve ser estimulado, ou não? Pareceu-me que sim.
Este seu texto é um bom exemplo do estilo português de fazer as coisas: acha que o JPP tem razão, mas sentir-se-ia-a mal por só lhe dar razão e não o criticar.
Por acaso até acho que escolheu mal o alvo, porque se há alguém que é um bom exemplo das virtudes do "contínuo" e do seu exercício permanente é Pacheco Pereira.
Essa parece-me aliás ser uma das explicações do seu sucesso.
Helena: Acho inevitável e julgo que JPP tem razão ao defender o contínuo comunicacional. Acho é que cada parte não se deve reservar ao seu território, ou seja, no caso exposto, acho que JPP devia ter respondido ao jornalista que o tinha contactado por ter sido ele a desencadear o caso.
O JPP só fala para quem lhe paga. É assim há muitos anos. Actualmente, como não exerce nenhum cargo para o qual tenha sido eleito, tem todo o direito de aplicar esse princípio. Antes, quando estava por exemplo no Parelamente Europeu, tinha obrigação esclarecer, através dos meios de comunicação social, os seus eleitores. Mesmo assim, só falava a troco de dinheiro e com as perguntas devidamente controladas.
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