Que o diga o Público que vai renovar-se graficamente após ter protagonizado a maior quebra de vendas entre os diários. Quando o DN apareceu há tempos com a actual imagem pensei "Humm... Estou a estranhá-lo, mas vou entranhá-lo". Meu dito, meu feito! O diário que eu deixava sempre para fim nas obrigatórias leituras matinais foi ganhando terreno. Vê-se nas ruas. Comecei a ver mais DNs nas mesas dos cafés e nas mãos das pessoas. Eu própria já pego nele com gosto.
Mas a verdadeira questão que se impõe é: Por que é que a venda de jornais cai aos milhares e milhares???
segunda-feira
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14 comentários:
Eu já me contentava em saber porque é tão grande a migração de recursos humanos do Público para o DN...Faz-me lembrar aqueles clubes de futebol, tipo Real Madrid, que para fazerem uma grande equipa vão buscar os craques todos que há no mercado... em vez de a construirem de raiz com o que já têm e contratar o estritamente necessário. depois quando o muda o presidente, ou o treinador, roda tudo outra vez, e os resultados nunca são tão bons como o investimento justificaria. Não sei se isso é boa gestão... Mas concordo que o DN está melhor.
Se repararmos no preços dos jornais portugueses, e quando qualquer pessoa poder ter as notícias gratuitamente no jornal que é distribuído no metro, ou consultar a net, rádio ou a tv 24 horas por dia, parece-me que a pergunta devia ser outra. Como é que ainda nãos desceram menos?
Salvo uma ou outra excepção, não me parece que a maioria das edições de qualquer jornal de referência valha o preço que custam, oferecendo pouco valor acrescentado em relação à abundante informação gratuita que hoje é facilmente acessível.
Os jornais parecem ter parado num tempo em que não tinham que competir com outros media, mais rápidos e dinâmicos, e hoje a única razão porque não vendem ainda menos é porque servem de chamariz para os quiosques venderem todos os dias uma inacreditável parafernália que pode incluir as edições dos livros do século, dos jogadores dos mundiais, dvd´s, discos de fado, rock, ou mesmo as miniaturas dos estádios do Sporting, Benfica e Porto.
A propósito, em Portugal pode-se comprar o El País por mais 20 cêntimos do que custa o Público. Há muito tempo que fiz a minha escolha. Público, mais cedo ou mais tarde o seu ex-diário.
Jorge Miguel
Porque o meio mais popular de transmitir informação começa a deixar de ser o papel ... algumas pessoas hoje em dia já fazem a leitura dos "jornais" em esplanadas, utilizando um simples PC portátil com ligação Wi-Fi, ou 3,5G. E num futuro bem próximo vamos ter as redes WiMax por aí espalhadas...
Estarão as letras mais caras?
"Mas a verdadeira questão que se impõe é: Por que é que a venda de jornais cai aos milhares e milhares???"
Possivelmente, porque os jornais se tornaram uma mercadoria como qualquer outra, que nenhum sector da actividade humana escapa
ao mercado, que aquilo que há algum tempo ainda diferenciava um título de
jornal de um outro deixou de existir e que hoje de Helsínquia a Lisboa a informação
é uma espécie de sopa calibrada feita de ingredientes indistintos, provenientes das
mesmas fabricas, e que finalmente cada um prefere confeccionar o tachinho a sua
maneira, acariciando talvez a ilusão de garantir a proveniência...e que os jornalistas, filhos todos de
uma matriz única, andavam a sonhar.
Exactamente como com a vaca louca: Para quando a "traçabilidade" da informação?
Produto altamente contaminante e exigindo por isso uma profilaxia rigorosa.
" Le spectre de Marx hante l’Europe …et nous ne sommes qu’en tout début de sicle ma chère."
AB
O anónimo de 10 de Julho parece falar do que não sabe. O DN apenas foi buscar ao Publico duas pessoas, o que está longe de ser uma migração. De outros jornais (DE, JNegócios...) já foram muitas mais para o DN.
Concordo com o comentário anterior. Os preços praticados em Portugal são risíveis; e, no caso do Público, cada vez mais injustificado.
Não gosto de me sentir manipulada e, ultimamente, ao ler o Público, é mesmo isso que sinto. Portanto...
Artigos de opinião, prefiro-os devidamente categorizados. Ao menos sei ao que vou... ou melhor, o que leio.
DN, o jornal dos nossos dias! Só espero que o Público consiga dar a volta que há muito se espera. Os leitores saem a ganhar... e (ainda!) há tãos bons jornalistas no Público. Leiam o Paulo Moura, aos domingos, leiam hoje, na pág. 39, excertos das crónicas da Alexandra Lucas Coelho - Parabéns!-Eles têm olhos do tamanho do Mundo e escrevem com a alma toda!
ESCLARECIMENTO: Os diários generalistas mais caros (Público e DN)custam 85 cêntimos. Na Europa, o preço deste tipo de jornais nunca é inferior a 1 euro.
A minha concordância com o comentário anterior referia-se ao segundo comentário...
Esclarecimento ao leitor que trocou o Publico pelo El Pais: nos dias de semana, o Publico custa 85 cêntimos e o El Pais, em Portugal,1,30 euros. A diferença é, portanto, de 45 centimos e não 20...
Comentário ao leitor que gosta do Paulo Moura - o gajo até pode escrever bem, mas a sua principal característica é a imaginação. O que, para jornalista....
Em resposta ao comentário de quem diz que o Público custa 85 cêntimos aos dias de semana, importa precisar que isso não é bem assim. Custa 85c à terça, quarta e quinta. Na segunda-feira é 1 €, sexta e sábado 1,10 €. Como vê, durante metade da semana a diferença é de 20 ou 30 Cêntimos para o El País.
Ou seja, com variações mínimas, o preço do DN ou do Público é similar a qualquer jornal de referência europeu. Com uma diferença. Os salários portugueses variam entre os 50 e os 60 e tal por cento da maioria desses países.
Segundo, e pelas mais variadas razões, nomeadamente económicas, no nosso país quase não há jornalismo de investigação ou de reportagem.
Pode ser um problema menor e até há muito boa gente que vai vivendo bem com isso, mas a verdade é que essa deficiência tem tornado o jornalismo nacional dependente da agenda do poder económico ou político - principalmente das "novidades" que o governo apresenta duas ou três vezes. Para saber isso vejo a net. Demora 5 minutos e não custa nada.
Assim sendo, nada me move em especial contra o jornalismo do Público, que comprei diariamente durante bem mais de 10 anos, mas não estou para dar dinheiro por um produto que, dada a facilidade com que se assina a Economist, NY Times ou compra o El País nas bancas é bem pobre como comparação.
ps: há outra razão, claro, que já aqui foi abordada. Quando começou, o Público era um jornal conotado com uma esquerda liberal europeia, e não por acaso tinha o El País ou o La República como accionistas. Hoje é uma espécie de edição diária da Atlântico, com o seu editor e meia dúzia de jornalistas escolhidos a dedo, a tentarem educar o povo sobre as virtudes do liberalismo.
Se nunca achei piada às ortodoxias soviéticas ou chinesas, também não as compro a quem apenas se limitou a substituir a anterior crença na força redentora do povo pela infalibilidade do mercado.
Jorge Miguel
Eis um belo momento de reflexão que todos os jornalistas (e patrões!! - a quem se deve em grande parte a ausência de investigação, logo de interesse, nos jornais nacionais) deviam ler.
E, ainda por cima, gratuito.
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