quarta-feira

Desisto de lá ir?

O local é quase considerado a cantina do meu local de trabalho. Basta atravessar a rua para saciar a fome quando o tempo aperta e há notícias para acabar de escrever. Mas na minha última passagem ao lanche tive uma conversa, que preferia nunca ter acontecido, com quem serve às mesas. A “doçura” habitual foi substituída por uma troca de palavras sobre o papel das mulheres na sociedade. Resumindo argumentavam eles que as mulheres já deviam estar arrependidas de lutar pela igualdade, porque agora não têm tempo para se dedicar ao que realmente deviam: a educação dos filhos e têm a vida transformada num inferno. Não havia maldade mas só faltou dizer “cada macaco no seu galho”. Ou melhor as macacas devem ficar em casa a tratar dos filhos. Não sei se deixe de lá ir, porque se generalizar o critério arrisco-me a deixar de ter sítios para comer em Lisboa. O que acham?

8 comentários:

escola de lavores disse...

querida madalena, estou a ver o estilo de quem proferiu essas palavras... vindo daquele tipo de homem, acho que o melhor é mesmo ignorar, É que esse tipo de coisas mais vale entrar por um ouvido e sair pelo outro. Não sei o que respondeste. Mas tudo o que pudesses dizer sobre o assunto seria sempre incompreendido. Há homens que viverão sempre no século passado, não vale a pena. Aí nesse sítio e em muitos outros locais, por isso não ligues... ou então brinca com a situação, do estilo " se estas macacas todas que aqui vêm ao seu estabelecimento estivessem na paz do lar você ia à falência..."

Anónimo disse...

Para um mínimo de convicções um mínimo de coragem...
AB

susana disse...

Mas tu dás conversas a anormais como esse ?

Anónimo disse...

De onde irá a Madalena almoçar hoje depende o destino da humanidade.
Algo me diz que irá almoçar ao mesmo sítio. Sim? Não?
Gostava mesmo de conhecer a "suite" da história.
AB

rps disse...

Este post e o os comments cheiram a soutiens queimados...

Eva Shanti disse...

Se um homem bate com um punho na mesa está a impor respeito, se é uma mulher que bate com o punho na mesa, coitada, está histérica.

Uma mulher que mostra a sua indignação perante uma ideia absurdamente machista e indiciadora de atraso mental não se livra de levar com a velhinha história dos soutiens queimados. Depois disso, já muita água correu debaixo da ponte.

Quanto ao ir ou não ir, comigo era mais: "Restaurantes há muitos, seu palerma!"

Bjs

José Pires F. disse...

Vinha para falar do teu post e fico-me pelo comentário da Eva que arruma a questão.
Uma lusitana dos sete costados que bateria com o punho na mesa.
Só discordo do abandono do restaurante. Porquê? Porque se eu fosse mulher e me sentisse indignado como é o caso, teria de o fazer engolir o que disse. Virar-lhe as costas seria como abandonar a questão ou fugir ao assunto.
E olhem que não deve ser muito difícil.

Anónimo disse...

"Desisto de lá ir?"
Foi esta a hipótese aqui colocada, pela autora do "post", e que fiz minha, parecendo-me ser a mais eficiente face a esse género personagem. O porta-moedas é talvez o lado sensível..."murros na mesa", berros, e outras gesticulações são inoperantes.
De gastas que andam, as palavras servem de pretexto, e terminam em "fitas" ou fintas.
Sinceramente, há muito que deixei de acreditar nas virtudes "pedagógicas" do discurso.
Estamos em Portugal.
AB