Maria Filomena Mónica acha que "os deputados são preguiçosos, incultos e eleitos de forma errada", que no século XIX é que era bom "eram eleitos por círculos uninominais" e dominavam a oratória, que António Felipe, do PCP é o melhor deputado "um homem que trabalha e comparece sempre no hemiciclo". Ah, Francisco Louçã também é bom, é "trabalhador".
Fiquei pasmada com tanto snobismo. Posso assegurar que há deputados que não são preguiçosos nem incultos. E há também mais alguns trabalhadores para lá dos dois citados pela autora do Dicionário Biográfico Parlamentar. É este o risco das generalizações. Há muitos que não fazem nada mas há outros que ganham pouco para o que fazem.
Elogiar o século XIX na matéria, quando as mulheres não votavam e os caciques colhiam os votos lá da terra para se abeirarem de Lisboa é o máximo. Valentim Loureiro, mestre na oratória e nos frigoríficos, deve assinar por baixo.
Começo a pôr em causa tudo o que li, há uns anos, em "Visitas ao Poder" da mesma autora. É óbvio que há coisas que deviam mudar no funcionamento da Assembleia da República, no sistema eleitoral, no sistema mediático. Mas este retrato é injusto.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Porque será que algumas pessoas, para criticarem o presente, precisam de reconstruir o passado como um mundo perfeito? Falta de imaginação para pensar em novas possibilidades, nem presente nem passado? A mesma autora, há poucos anos, fazia críticas ao sistema de ensino tecendo louvores à escola do Estado Novo...
Enviar um comentário