O quadro da Exame trazido pela Marisa dá-me pretexto para escrever sobre as quotas.
Começo por dizer que sou visceralmente contra as quotas. É verdade que no Parlamento (meio que conheço bem) sempre houve poucas deputadas. As que lá chegavam, porém, não deviam nada a ninguém. Sobretudo, não deviam nada ao facto de serem mulheres. Chegavam por mérito, porque se calhar abdicaram de muita coisa na sua vida pessoal, porque tiveram condições económicas, sociais, familiares que lhes permitiram mostrar que tinham mérito, porque escolheram. Em resumo: eram poucas mas boas.
As quotas - já em vigor no PS - vieram provar que é pior a emenda que o soneto. A actual bancada socialista tem muitas mulheres, um terço. E depois? Na esmagadora maioria dos casos só servem para preencher a quota e nem passa pela cabeça dos seus pares atribuir-lhes mais alguma tarefa.
Dizem-me vocês: então e os homens? São todos uns génios? Ok, está certo, mas é isso que queremos? Ou o que queremos é ter condições sociais e económicas que nos permitam, se for essa a nossa opção, entrar de pleno direito no palco político. Ou o que queremos é que a política, e a vida profissional em geral, funcione de forma racional, com horários racionais, que se trabalhe quando é para trabalhar em vez de se arrastar penosamente as tarefas?
E já agora, nunca passou pela cabeça dos "homens da quotas" que possivelmente, provavelmente, boa parte das mulheres não querem entrar para a política "nem que a quota tussa"?
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2 comentários:
Minhas amigas, vocês adoram temas fracturantes! Não bastava o debate sobre o casamento? Agora as quotas?!
Dina, a atenuante é teres tido de penar numa sala de espera que uns quantos deputados acabem o seu exame de consciência, i.e. se estão a ser fiéis ao chefe...
Dina, concordo em absoluto. As mulheres devem ocupar cargos por mérito e não por sexo.
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