quarta-feira

Defensora do serviço público de saúde...

... e praticante (i.e. utente), concordo (com a Dina) que não é preciso a maternidade estar na vizinhança da nossa residência, porque não se tem filhos todos os dias. Porém...

- Subscrevo as dúvidas do PCP neste caso do encerramento das maternidades. A saber "se o governo está a aplicar os mesmos critérios a todo o país e também às maternidades privadas".
- Questiono se um país que contruiu tantas auto-estradas, IP's e faz muita questão em ter um TGV a ligar cidades que distam 300 Kms para abreviar em 30/60' uma ligação ferroviária, e ouve à boca cheia os governantes dizerem que é preciso ter mais filhos(...) se revela criterioso em suprimir a valência materno-infantil em várias cidades, como estímulo - presumo - à atractividade do Interior...! De resto, os ginecologistas e obstetras já começaram, há uns anosk a 'desaparecer' dos centros de saúde mesmo da capital, passando a 'especialidade' a ser desempenhada pelos médicos de família.
- Critico o 'autismo' político e o que lhe está subjacente; a consideração, pura e simples, de que uma maioria absoluta prescinde que se oiçam as pessoas e se pondere tudo. O facto do Dr. Albino Aroso ter liderado (não sei!) a tal comissão - pessoa que merece todo o respeito pelo que fez no pós-25-Abril pelo planeamento familiar e pela saúde materna em Portugal - não legitima nada, sobretudo se a investigação em causa foi mal feita (o que ouvi não abona a favor).
[o resto já o disse no comentário ao post
"Partos"]

PS - De facto, com a saúde não se brinca - penso eu! Não deixa de ser curioso que o mesmo governo que decide tão peremptoriamente encerrar maternidades (sem ponderar reinvestir na saúde, eventualemnte com apoios das autarquias, etc.)foi o mesmo que se apressou a dizer 'amén' ao senhor Patrick Monteiro de Barros para o seu projecto de Sines, garantindo-lhe incentivos,... e agora é o que se vê.

PS2 - Sim, a memória é curta, e o governo da segunda maioria de Cavaco Silva já estava debilitado, mas só pela ameaça de acabar com um feriado de Carnaval, (essa)outra maioria tremeu...

2 comentários:

dina disse...

Concordo que as regras devem ser iguais para públicos e privados. Acho indispensável que todos os centros de saúde tenham pediatras em número suficiente para que as crianças possam ser sempre vistas por especialistas. Aliás, nem nas Urgências Pediátricas do Hospital de Santa Maria há pediatras em número suficiente. Acho essencial que as mulheres sejam devidamente acompanhadas antes e depois do parto, com pessoal especializado e de proximidade. Quanto ao local do parto, tem que ter boas, óptimas condições e pessoal qualificado. Ter acessos e transportes. Se ficar a 20, 30 ou 40 quilómetros, não me parece grave.

Anónimo disse...

A parte do QUESTIONO está magnífica. Realmente não são atitudes com um pingo de coerência da parte do governo.