segunda-feira

Porque a vida continua…

Nunca me esqueci do dia em que conversei, pela primeira vez, com a minha actual empregada. Ela é ucraniana e está há seis anos em Portugal. Admiro-a imenso pela sua força e pela forma como vive cada dia. Nessa primeira conversa, disse-me com muita naturalidade que já não tinha filhos… o seu único filho tinha morrido com 20 anos, com um tumor na cabeça, vítima dos efeitos de Chernobil. Ela ainda é nova e um dia destes não resistiu e disse-me que a maior tristeza que tem na vida é não poder engravidar novamente… No seu país leccionava como professora de ensino especial. Aqui divide-se entre horários apertados, a correr de casa em casa. Não deixou de ser menor pessoa por isso, muito pelo contrário. No meio de tanta dor, a vida continua e olhando para ela ninguém diria…

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